Presidente do Singeperon, Thiago Maia, diz que a quantidade de servidores é insuficiente nos presídios locais
Foto: Divulgação
Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.
“Hoje a política é do desencarceramento e, você, simplesmente colocar alguém na rua com uma tornozeleira, não vai resolver o problema dessa situação”! Essa é a opinião do presidente do Sindicato dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos do Estado de Rondônia, Thiago Maia, sobre a realidade das cadeias rondonienses. Ele participou do Programa Conexão Rondoniaovivo, nesta terça-feira (26), onde fez um balanço da situação do sistema prisional em Rondônia.
Um ponto levantando por Thiago foi a questão da falta de servidores nas unidades prisionais rondonienses que tem sido um motivo de tensão para quem trabalha nesses locais. Ele afirmou que há uma legislação prevê o número de servidores em cada unidade.
“Nós podemos pegar a Lei Complementar nº 1102 que tem no seu anexo previsto 6200 policiais penais distribuídos em todos os quadros, ou seja, divididos em primeira classe, segunda classe, terceira classe e especial. Só para a especial, a previsão é de 2200 servidores, hoje não temos diretamente trabalhando no nosso sistema prisional menos de 2200 a 2400 em média. É um número bem aquém do necessário. Se tirarmos como parâmetro o maior presídio da capital, o 602, hoje com a lotação de 740 apenados, e que diariamente tem trabalhando na carceragem cerca de 12 a 13 servidores para toda essa demanda. Aí, a gente vê o quanto está crítico e defasado o quadro de efetivo do sistema prisional de Rondônia”, declarou.
Essa situação tem impactado na saúde mental dos policiais penais no Estado de Rondônia. Segundo Thiago, é raro encontrar na categoria, alguém não faz uso de algum tipo de medicamento para suportar o trabalho.
“Quando não é o agente policial penal, é a família, a esposa, ou são os filhos, que tem essa preocupação toda vez que ele sai para trabalhar. Hoje o policial penal para exercer toda a sua carga horária com horas extras e tudo, para conseguir ter uma remuneração razoável, ele passa muito tempo dentro da unidade prisional. Isso tem trazido um desgaste físico e mental ao servidor. Temos uma escala de trabalho regulamentada, mas hoje trabalhamos 50% a 60% a mais, devido a essa necessidade tanto financeira quanto de efetivo. Assim, é um número pequeno de servidores que fazem a rotatividade diária e mensalmente nas unidades, causando afastamentos por problemas de saúde”, declarou.

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!