LA NIÑA: Início do fenômeno pode intensificar chuvas na Amazônia

LA NIÑA: Início do fenômeno pode intensificar chuvas na Amazônia

Foto: Ricardo Amanajás/Diário do Pará

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Após meses de expectativas e um início consideravelmente atrasado, o fenômeno La Niña finalmente se estabeleceu no Oceano Pacífico. Segundo a MetSul Meteorologia, a declaração oficial pela NOAA – a agência norte-americana de tempo e clima – é iminente e deve ocorrer nos próximos dias, ainda em dezembro ou no início de janeiro.
 
Após meses de expectativas e um início consideravelmente atrasado, o fenômeno La Niña finalmente se estabeleceu no Oceano Pacífico. Segundo a MetSul Meteorologia, a declaração oficial pela NOAA – a agência norte-americana de tempo e clima – é iminente e deve ocorrer nos próximos dias, ainda em dezembro ou no início de janeiro.
 
Este é um caso raro, pois é incomum que um evento de La Niña comece ou seja reconhecido tão tarde no calendário. Se confirmado, poderá ser o mais tardio nos últimos 50 anos, uma vez que o fenômeno geralmente emerge no final do inverno ou no início da primavera austral.
 
O Que É La Niña?
 
La Niña é caracterizada por um padrão acoplado entre o oceano e a atmosfera no Pacífico tropical. Para que o fenômeno seja identificado, é necessário que as águas superficiais do Pacífico tropical estejam pelo menos 0,5 °C mais frias que a média de longo prazo (1991–2020) e que haja evidências de alterações na circulação atmosférica conhecida como circulação de Walker.
 
Essas alterações incluem ventos alísios mais fortes e modificações nos padrões de precipitação: aumento de chuvas na Indonésia e redução no Pacífico central. Nos últimos dias, os indicadores oceânicos e atmosféricos passaram a refletir um padrão claro de La Niña, com anomalias de temperatura em torno de -1,1 °C no Pacífico Centro-Leste, atingindo os critérios clássicos do fenômeno.
 
Duração Prevista e Impactos Locais
 
Ao contrário do evento anterior, que persistiu entre 2020 e 2023, o atual La Niña deve ser curto e fraco, com duração estimada de três a cinco meses. Seus efeitos, no entanto, começarão a ser sentidos no início de 2025. No Brasil, é esperada uma redução nas chuvas em partes do Sul, como o Rio Grande do Sul, enquanto o Nordeste pode registrar aumento significativo na precipitação.
 
Conforme a MetSul, há risco moderado a elevado de déficit hídrico no Sul do Brasil, com impacto potencial sobre a agricultura, especialmente em regiões como o Oeste e Sul do Rio Grande do Sul. A umidade do solo acumulada em 2024 pode atenuar parte dos efeitos, mas a irregularidade das chuvas no verão ainda preocupa.
 
Efeitos Globais do Fenômeno
 
O La Niña influencia o sistema climático global de maneira significativa. Durante sua ocorrência, é comum uma diminuição na temperatura média planetária devido ao resfriamento das águas do Pacífico. No entanto, mesmo sob este efeito, o aquecimento global recente tem sido tão acentuado que as temperaturas durante eventos de La Niña ainda são mais altas que as observadas em décadas passadas.
 
No Brasil, o padrão climático associado ao La Niña inclui maior frequência de estiagens no Sul, com potencial para ondas de calor e temperaturas extremas no verão. Em contraste, o Norte e o Nordeste tendem a registrar chuvas acima da média, o que pode beneficiar regiões historicamente afetadas pela seca.
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