DESPERDÍCIO: Mais de 80% da água tratada de Porto Velho se perde antes de chegar às casas

Fora isso, outro dado negativo: menos de 35% da população tem acesso ao benefício

DESPERDÍCIO: Mais de 80% da água tratada de Porto Velho se perde antes de chegar às casas

Foto: Márcia Leal/Prefeitura Municipal de Cachoeiro de Itapemirim - ES

Receba todas as notícias gratuitamente no WhatsApp do Rondoniaovivo.com.​

Para celebrar o Dia Mundial da Água, comemorado nesta quarta-feira (22), o Instituto Trata Brasil, em parceria com GO Associados, publicou a 14ª edição do Ranking do Saneamento com o foco nos 100 maiores municípios brasileiros.

 

Já não bastassem os problemas envolvendo a coleta e o tratamento do esgoto de Porto Velho, agora outros dois dados negativos: 84,01% de toda a água tratada na cidade se perde em ligações clandestinas, desperdícios e vazamentos.

 

Tabela mostra o primeiro lugar em desperdício de água tratada em Porto Velho

 

O outro é que apenas 32,87% das famílias têm acesso à água potável encanada. Em ambos os quesitos, o pior município do país, segundo o Instituto Trata Brasil.

 

“Essa edição de 2022 evidenciou uma estagnação das cidades que sempre estão nas piores posições. O que nos assusta é que estas cidades, mais uma vez, são da região Norte do país, aonde o acesso ao saneamento ainda é mais deficitário do que em outras regiões. Há capitais que estão trabalhando nos últimos anos para saírem dessa posição, mas não é a regra, é a exceção”, destacou Luana Siewert Pretto, presidente-executiva do Instituto Trata Brasil.

 

Média nacional de casas atendidas é de mais de 80%; Porto Velho tem menos da metade desse índice, destaca Instituto Trata Brasil

 

Indicadores

 

Assim como na edição anterior, em 2022, o Ranking do Saneamento traz três indicadores de perdas para serem avaliados. Eles diferem metodologicamente, mas convergem no que se diz respeito à necessidade de olhar para estes números com cautela. O relatório considera:

 

- Indicador de Perdas no Faturamento Total (IPF) - Este indicador procura aferir a água produzida e não faturada. Quanto menor for essa porcentagem, melhor classificado o município deve estar no Ranking, pois uma menor parte da água produzida é perdida ou deixa de ser faturada.

 

A média deste indicador para as 100 maiores cidades é de 38,64% - praticamente permaneceu inalterado frente aos 38,63% observados na última edição do Ranking.

 

- Indicador de Perdas na Distribuição (IPD) - Este indicador corresponde ao código IN049 – Índice de Perdas na Distribuição - do SNIS e é expresso em termos percentuais. Quanto menor for essa porcentagem, melhor classificado o município deve estar no Ranking, pois uma menor parte da água produzida é perdida na distribuição.

 

Nas 100 maiores cidades do Brasil, a média deste indicador foi de 36,32%, menor do que a média nacional de 40,14%.

 

- Indicador de Perdas Volumétricas (IPV) - Este indicador corresponde ao IN051 – Índice de Perdas por Ligação do SNIS, e é expresso em termos volumétricos. Quanto menor for esse volume, melhor classificado o município deve estar no Ranking, pois uma menor parte do volume de água produzida é perdido por ligação e por dia.

 

O indicador médio das 100 maiores cidades do Brasil foi de 457,81 litro por ligação dia – maior do que a média nacional que é de 343,37 litros por ligação por dia.

 

Estação de Tratamento de Água - Foto: Mr. Water/Shutterstock.com

 

Água potável

 

O Ranking do Saneamento contempla dezenas de indicadores, o principal está na disponibilidade do acesso à água tratada. Ao avaliar as 100 cidades do relatório, a média desse indicador é de 94,38% da população com os serviços – maior do que a média nacional, que é de 84,13% da população com o serviço.

 

O destaque negativo foi de somente 32,87% da população em Porto Velho ter esse serviço. No ano anterior, o menor índice encontrado foi de 32,42%, em Ananindeua (Pará).

 

A maioria dos municípios do Ranking (90 dos 100) possui atendimento total de água maior que 80%, de maneira que a maior parte dos municípios considerados no estudo se encontra próximo da universalização deste serviço.

 

“Em 2020, foi sancionado o Novo Marco Legal do Saneamento Básico, um importante passo no sentido de promover investimentos no setor, e, consequentemente, direcionar o país à universalização. Contudo, 2020 também foi o primeiro ano da pandemia de Covid-19 no Brasil, fato que escancarou a lentidão com que avançam os principais indicadores de saneamento básico. Portanto, é muito preocupante observar nove capitais entre os piores colocados de novo. É uma população somada de 10 milhões de habitantes exposta a condições subumanas. É preciso fazer mais do que isso”, afirmou Gesner Oliveira, sócio da GO Associados.

Direito ao esquecimento

A política de comentários em notícias do site da Rondoniaovivo.com valoriza os assinantes do jornal, que podem fazer comentários sobre todos os temas em todos os links.

Caso você já seja nosso assinante Clique aqui para fazer o login, para que você possa comentar em qualquer conteúdo. Se ainda não é nosso assinante Clique aqui e faça sua assinatura agora!

Rondoniaovivo quer saber: quantas vezes você, leitor de Porto Velho, acessa o jornal por dia?
Qual sua opinião sobre o bloqueio de emendas parlamentares?

* O resultado da enquete não tem caráter científico, é apenas uma pesquisa de opinião pública!

MAIS NOTÍCIAS

Por Editoria

PRIMEIRA PÁGINA

CLASSIFICADOS veja mais

EMPREGOS

PUBLICAÇÕES LEGAIS

DESTAQUES EMPRESARIAIS

EVENTOS