O fogo continua fazendo estragos em Rondônia. Em praticamente todos os cantos há queimadas. O site
Monitoramento Rural em parceria com o
Rondoniaovivo está fazendo o levantamento em tempo real da situação dos focos de incêndio em nosso estado.
Nesta terça-feira (17), foram detectados em Rondônia, 2043 focos de queimadas. Sendo que a triste liderança está com Porto Velho, onde existem 844 pontos de fogo. Candeias do Jamari vem em segundo, com 447 pontos. Em terceiro, Cujubim com 264 locais com queimadas.
Mas a situação ficou ainda pior e, na manhã desta terça-feira (17), foram registrados 403 focos de incêndios dentro dessa área de preservação, que possui várias nascentes de rios e riquíssimas fauna e flora. Assim, de ontem para hoje, aumentaram em 187 os locais que estão sendo incendiados dentro da Floresta Nacional do Jacundá.
Plataforma do Monitoramento Rural
Madeireiros e grileiros
Para a ambientalista, Ivaneide Cardoso, conhecida como Neidinha, que está à frente da Organização Kanindé, que atua com preservação ambiental em Rondônia, essa reserva era para estar sendo toda preservada, pois tem apoio externo para isso.
“A Resex Rio Preto Jacundá recebe recursos do ARPA -Programa Áreas Protegidas da Amazônia para sua implementação o que envolve executar o Plano de Manejo da Unidade. Ela também desenvolve um projeto de REDD+, no entanto a Resex está sendo invadida, grilada e queimada”, indignou-se.
Resex Rio Preto Jacundá
Muitas das queimadas que estão ocorrendo na floresta Nacional do Jacundá se deve a ação de madeireiros e grileiros que, há muito tempo, invadem o local e derrubam a mata. Essa situação se intensificou nos últimos anos.
Neidinha afirma que os órgãos públicos tem responsabilidade nessa situação, ao fecharem os olhos para a destruição ambiental que está ocorrendo em uma área de preservação. Ela cobra fiscalização.
“Acredito que muitas das invasões que ocorrem hoje se deve ao fato do Governo de Rondônia e a Assembleia Legislativa, via seus deputados, terem desafetado parte do Parque Estadual de Guajará-Mirim e Reserva Extrativista de Jaci Paraná. Foram repassadas para as quadrilhas de grilagem de unidades de conservação e terras indígenas, assim ficou a mensagem de que o crime compensa, pois basta desmatar, queimar e fazer barracos e algumas plantações dentro de reservas que esses atos serão legalizados. Espero que às instituições e organizações que atuam na Resex tomem providências”, declarou.
A reportagem procurou a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), para saber sobre o que está sendo feito. A informação obtida foi de que nada pode ou está sendo feito, pois, é uma área federal, e a responsabilidade é do Governo Federal.
O que se percebe é a omissão dos poderes responsáveis por fiscalizar e preservar essas áreas ricas em diversidade de fauna e flora de Rondônia. Enquanto, os órgãos públicos não assumem o papel que lhes cabe, quadrilhas de invasores continuam derrubando a floresta, queimando e destruindo a natureza, com a certeza da impunidade.
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