O Ministério da Saúde (MS) estabeleceu novas diretrizes para realização das cirurgias eletivas em todo o país. O documento do MS reclassificou algumas operações e as colocou em essenciais para desenvolvimento rápido. Dentre elas, estão as cirurgias bariátricas.
Desde março de 2020, o governo do Estado paralisou as cirurgias de redução de peso, devido a pandemia de covid-19. A decisão foi tomada sem recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde.
Pesou para o governo a paralisação dessas operações, pela alta de casos de coronavírus no início da pandemia. Porém, diversos estudos publicados em revistas científicas pelo mundo, comprovaram que a obesidade é uma doença que pode levar a morte mais rápido, caso a pessoa contraia a covid-19.
Covid mata mais obesos
Segundo Lívia Lugarinho Corrêa, da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (Sbem), pessoas com excesso de peso tendem a ter pressão e glicemia mais elevadas e outras condições propícias a quadros graves de Covid-19. Porém, nem todos são assim, mas só de o indivíduo está com peso inadequado, o corpo entra em estado de vulnerabilidade, correndo mais risco de infecções causadas pelo Sars-CoV-2.
Decreto exclui bariátricas
O governo de Rondônia publicou um decreto no último dia 17 de junho, autorizando as cirurgias eletivas na rede pública e privada. Porém, no SUS, o procedimento só pode ser feito, caso o paciente não precise ser internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), ou utilize anestesia geral ou materiais e medicamentos inclusos no “kit intubação”.
Essa medida adotada pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesau), não trouxe a volta da cirurgia bariátrica pelo procedimento ser de alto risco e necessite de um apoio maior.
SBCBM cobra retorno
Hoje, segundo o médico Thiago Patta, presidente do Capítulo Rondônia, da Sociedade Brasileira de Cirurgias Bariátricas (SBCBM), com as novas diretrizes estabelecidas pela Saúde, eles estão cobrando o governo para que volte com o procedimento.
No documento do MS, ficou decidido que operações de câncer pós-neoadjuvância, transplante renal intervivos, transplante hepático intervivos e cirurgia bariátrica, devem ser realizados de três a 12 semanas no máximo.
Ainda segundo Patta, quatro pacientes que aguardavam na fila para fazer a bariátrica, já morreram, vítimas da covid-19. Conforme o médico, a maioria das mortes, são de pessoas obesas.
Médico desmente governador
“A promessas que a partir do mês que vem (agosto), voltem essas cirurgias. Mas nós ficamos preocupados, quando vemos o governador dizendo que estão paradas essas cirurgias no Brasil inteiro, o que não procede”, desmentiu.
O médico criticou ainda, a fala do governador Marcos Rocha (sem partido), em que ele diz que as cirurgias eletivas já retornaram, o que na verdade, a volta foi das operações de catarata, que segundo Patta, não deveriam ter sido paralisadas.
A reportagem procurou o governo de Rondônia, para esclarecer os questionamentos, mas até o momento não foi respondida.