Falta de políticas públicas específicas para o setor emperraram um ciclo de crescimento que durou 8 anos e agora tenta caminhar independente do governo
Foto: Divulgação
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Pode não parecer, mas o governo quando quer, ajuda e faz a diferença. Que o digam os agricultores de Rondônia, que estão sem poder contar com apoio público desde 2011, quando o governador Confúcio Moura (PMDB) e sua equipe assumiram o comando do Estado. Sem nenhuma sintonia com o setor, e totalmente desconectado da realidade do homem do campo, o governo passou a fazer “experiências” e mais atrapalhou do que ajudou. E isso aconteceu tanto na agricultura quanto na pecuária, os dois pilares da economia do Estado.
Se compararmos os primeiros quatro anos de governo Ivo Cassol com o mesmo período de Confúcio Moura, a diferença é enorme, e se acrescentarmos mais quatro anos, a situação fica ainda mais explícita. Cassol investiu na pavimentação de estradas para que os produtores pudessem escoar a produção. As estradas vicinais eram precárias, pontes de madeira e pinguelas colocam em risco os caminhões que se arriscavam a buscar a produção.
Criou programas de distribuição de sementes, horas máquinas, abertura de linhas de crédito e incentivou a mecanização e apoio à pesquisa para aumento de produção de café e feijão, através de parcerias com a Embrapa e Emater.
Para isso, contou com a assessoria do agora deputado federal Luiz Cláudio, técnico da Emater, que foi diretor da escola agrícola Abaitará, e conhece como poucos o setor em Rondônia. Em três anos como secretário de Agricultura (2003/2006), Luiz Cláudio deu impulso a agricultura de Rondônia, elevando-a um patamar que não foi superado. E foi graças a esse trabalho que ele conseguiu ser eleito deputado estadual e deputado federal. Durante sua passagem Seagri, programas de mecanização pagos pelo governo, ajudaram a melhorar a vida de centenas de agricultores que não tinham condições de pagar por uma hora máquina. Semanalmente eram distribuídas sementes de feijão e milho, mudas de café e resfriadores de leite que armazenavam leite dos pequenos produtores.
Foi graças a essas políticas, que Rondônia conseguiu dar continuidade a um programa de recuperação econômica que teve início na gestão de José de Abreu Bianco que recebeu de Valdir Raupp (PMDB) um estado falido, com três meses de salários atrasados e estatais endividadas.
Aliás, o PMDB sempre foi desastroso para Rondônia. O primeiro governador do novo estado foi Angelo Angelim, indicado pelo então presidente José Sarney, assumiu como “biônico” entre 1985/1987. Jerônimo Santana, também do PMDB o sucedeu e ficou no cargo até 1991. Vale lembrar que esse período Rondônia recebia recursos da União e não havia controle de gastos.
Mesmo assim as condições no Estado eram precárias. Se compararmos com Roraima, que tem praticamente a mesma idade de Rondônia, a diferença em termos de estrutura é brutal. Nessa época tivemos um hiato, venceu a eleição o médico Osvaldo Piana, que passou todo seu mandato tentando se livrar de suspeitas de envolvimento na morte do então senador Olavo Pires, favorito nas eleições em 1990.
Quando Piana entregou o Estado à Raupp, a situação já estava complicada e ficou ainda pior. Pela primeira vez, secretários de estado, prestadores de serviços e empresários foram presos, acusados de corrupção e o Estado não conseguia honrar pagamentos com fornecedores nem com funcionalismo. A agricultura ainda engatinhava em Rondônia e o governo criava programas que seriam levados adiante apenas na propaganda oficial.
E foi nesse cenário que Bianco assumiu, e adotando duras medidas conseguiu organizar a máquina pública. Todo o trabalho iniciado com Bianco, que teve sequência no governo Cassol, foi destruído na gestão de Confúcio Moura.
Confúcio e sua equipe alardeiam números positivos no setor, mas efetivamente o atual governo não colaborou em nada com o crescimento da agricultura e demais áreas de produção no Estado. Rondônia tem potencial, o que falta são governantes comprometidos. Isso, infelizmente, não dá em árvores.
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