CIMCERO - Experiência arriscada? – Por Valdemir Caldas

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Foto: Divulgação

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O prefeito Mauro Nazif (PSB), até onde se sabe, não é pesquisador científico – ele tem formação médica – mas é impressionante a sua inclinação para fazer experiências arriscadas.

Nada contra, evidentemente, se o prefeito fosse a cobaia. O problema é que as vítimas de seus experimentos são o erário e a população portovelhense. Os exemplos estão aí. Escusados citá-los, pois seria redundância.

A mais recente experiência do prefeito chama-se CIMCERO - Consórcio Intermunicipal de Saúde da Região Centro Leste do Estado de Rondônia, o CIMCERO/SAÚDE. De tanto insistir, Nazif acabou convencendo o plenário da Câmara Municipal a aprovar um projeto de lei seu autorizando o município a aderir ao consórcio.

Curiosamente, à medida que se aproximava a votação do projeto, intensificava-se a movimentação de assessores do prefeito nos corredores, diretorias e gabinetes da casa. A paz só voltou a reinar depois que a matéria foi aprovada, em duas sessões, no mês dia. O açodamento deixou o vereador José Wildes de Brito (PDT) com uma pulga atrás da orelha.

O CIMCERO é um sistema de parceria entre municípios próximos, visando à compra de produtos, contratação e execução de serviços públicos nas mais diferentes áreas de governo. Entretanto, se essa associação é celebrada entre vizinhos, por que Nazif foi buscar parceiros tão longe, uma vez que a sede do consórcio fica na cidade de Ji-Paraná, distante 374 quilômetros da capital, ou seja, mais de quatro horas de carro? Por que não se associou aos municípios de Candeias e Itapuã do Oeste?

O prefeito acredita que a adesão de Porto Velho ao consórcio vai melhorar a qualidade dos serviços prestados à população, mas não é isso o que acha o vereador Sid Orleans (PT). Ele disse que tem calafrios só de pensar no estrago que uma autorização dessas pode causar nas mãos de um administrador irresponsável e descomprometido, não somente com a coisa pública, mas, principalmente, com os servidores municipais.

Não significa que Nazif ou quem estiver em seu lugar, a partir de janeiro próximo, vai poder demitir servidores, aleatoriamente; porém, isso não o impedirá de nomear terceirizados para ocuparem cargos de direção nas unidades de saúde e escolas municipais, restringindo, ainda mais, a possibilidade de o servidor de carreira alçar postos de mando.

Para Orleans, “há um odor desagradável de cartelização no ar e uma tentativa explícita para se driblar a lei de licitação”. E isso o preocupa, “motivo pelo qual recomendo ao Ministério Público de Rondônia que acompanhe o caso, pois essa pode se tornar mais uma experiência desastrosa produzida pelo governo Nazif”, justificou o petista.

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