Diversos magistrados foram às ruas de Porto Velho movidos pelo mesmo sentimento que a sociedade brasileira: a insatisfação com o cenário político, econômico e os episódios dos quais autoridades protagonizam envolvimentos em casos de corrupção. A iniciativa também tem como finalidade apoiar as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, além de prestar solidariedade às ações conduzidas pelo juiz federal Sérgio Moro durante a Operação Lava Jato.
A Operação Lava Jato é a maior investigação conduzida no Brasil, teve início marcado pelas investigações a uma rede de doleiros que atuava em quase todos os estados e culminou na descoberta de um vasto esquema de corrupção na Petrobrás. Durante o processo de investigação, a Polícia Federal e o Ministério Público desarticularam o esquema que envolvia grandes empreiteiras e políticos de vários partidos.

Para o presidente da Associação dos Magistrados do Estado de Rondônia (Ameron), Francisco Borges, a ida das pessoas às ruas significa "uma forma de consolidação do Estado Democrático de Direito que amparado pela Constituição Federal, leva os cidadãos a reivindicarem - através da liberdade de expressão - melhorias nos serviços públicos e cobrar satisfação do destino do dinheiro arrecadado através de impostos. Nós magistrados estamos aqui para demonstrar que temos um Judiciário forte e independente", ressalta.
Em Porto Velho, participaram das manifestações pouco mais de dez mil pessoas, segundo dados do 5º Batalhão da Polícia Militar. Os manifestantes se concentraram no Espaço Alternativo e grande parte foi vestido com as cores da bandeira do Brasil. O dia 13 de março de 2016, marcou também o maior número de manifestantes em todas as cidades brasileiras, quase 3 milhões de pessoas foram às ruas protestar.
Operação Lava Jato
De acordo com as investigações do Ministério Público, diretores e funcionários da Petrobrás cobravam propinas de empreiteiras e outros fornecedores para facilitar acordos com a estatal. Os contratos dessas empresas com a Petrobrás eram superfaturados para permitir o desvio do dinheiro dos cofres da estatal para os beneficiários do esquema.
Parte do dinheiro recebido pelos fornecedores era direcionado para lobistas, doleiros e outras pessoas que se encarregavam em repassar para políticos e funcionários públicos. O Ministério Público constatou que os partidos políticos beneficiados pelo esquema eram os responsáveis pela indicação dos diretores da estatal que colaboravam para as fraudes.