O delegado regional de Ariquemes, Renato Morari, afirmou que há um grande esquema de compra e venda de terras invadidas irregularmente por falsos sem-terras na região do Vale do Jamari.
Foto: Divulgação
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O delegado regional de Ariquemes, Renato Morari, afirmou que há um grande esquema de compra e venda de terras invadidas irregularmente por falsos sem-terras na região do Vale do Jamari. “Já ouvimos alguns líderes dessas invasões e um deles nos confirmou em depoimento que há sim um grande negócio envolvendo as terras invadidas irregularmente. No assentamento Élcio Machado, somente 10% das áreas atuais é ocupada por gente que realmente não teria outros espaços. Os outros 90% já foram negociados e tem outros donos. Ainda continuaremos ouvindo os outros líderes para saber até onde vai os interesses dessa quadrilha que invade áreas causando o terror na região”, disse ele.
Renato Morari também relembrou o caso do agricultor Luiz Carlos da Silva, desaparecido há mais de um mês na região de Monte Negro. “Conversamos com a esposa dele que nos revelou que Luiz teria comprado aquela área por 40 mil reais. O local foi invadido de forma irregular, em uma área produtiva. Tanto que ela já revendeu a área para uma outra pessoa. Ela acreditava que a área fazia parte do assentamento Élcio Machado, mas não é”. O Incra não reconhece a região do Élcio Machado como Assentamento e sim como Acampamento.
O delegado também destacou que somente o Governo Federal pode resolver os conflitos agrários e invasões irregulares de terras no Vale do Jamari. “Esses problemas sempre são repassados para as Polícias Civil e Militar, que não têm o poder de resolver essa questão dos conflitos agrários. Não temos esse poder nem aqui, nem em outro lugar do Brasil. Quem deveria atuar era o Incra [Instituto Brasileiro de Colonização e Reforma Agrária], mas ele está inerte, nada acontece. A situação é a mesma há anos. Se não for tomada nenhuma providência, a tendência é só piorar”, encerrou ele.
Desaparecido
Luiz Carlos da Silva, de 38 anos, desaparecido desde o dia 28 de dezembro do ano passado, pode estar envolvido com pessoas ligadas à conflitos agrários na região do Vale do Jamari. Segundo informações apuradas, Luiz Carlos que dizia ser sem terra, mora num sítio de 60 alqueires de propriedade dele e da mãe, localizado na linha C-20, que dá acesso a Cacaulândia, distante cerca de 5 quilômetros de Monte Negro.
Testemunhas falaram que ele havia trocado 20 vacas leiteiras numa marcação de invasão localizada próxima da região do acampamento Élcio Machado, na divisa entre Monte Negro e Buritis, cerca de 45 quilômetros da sua residência.
Mais invasões
Um grupo de sem terra voltou a aterrorizar funcionários da Fazenda Padre Cícero localizado na Linha C-35, zona Rural de Monte Negro. O bando ateou fogo e danificou alguns imóveis da fazenda. O caso aconteceu na última quinta-feira (08).
Segundo informações de testemunhas, o grupo invadiu a fazenda e amedrontou os funcionários, barracões e casas foram queimados pelo bando. Durante a ação ninguém ficou ferido.
A Polícia Militar e uma equipe da perícia técnica da Polícia Civil se deslocaram até a fazenda e coletaram informações sobre a invasão.
A fazenda Padre Cícero vem sendo constantemente alvo de ações criminosas por parte de sem terra que querem tomar às terras a força, e para tal, usam dos meios mais violentos, como ameaças de morte aos funcionários, assim como execuções de trabalhadores através de emboscadas montada dentro da fazenda. Somente a Justiça concedeu três reintegrações de posse das terras e de todas às vezes os invasores retornaram a invadir.
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