SE EXPLICA PARANHOS - A premonição do Tsunami Amazônico - Por Paulo Andreoli

Quanto ao presidente de Jirau, fica minha duvida. Ele sabia o que podia acontecer? Ou tudo não passou de uma infeliz coincidência? Espero que o mesmo tenha hombridade para vir a público se explicar. É o que vamos cobrar.

SE EXPLICA PARANHOS - A premonição do Tsunami Amazônico - Por Paulo Andreoli

Foto: Divulgação

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Desde o inicio das enchentes, tenho reportado sobre a grande e real possibilidade das Usinas do rio Madeira ( UHE Santo Antônio e UHE Jirau) estarem diretamente envolvidas nos impactos causados em Rondônia. Também estou acompanhando o trabalho da ‘tropa de choque’ que age nos noticiários para não pairar duvidas sobre a culpabilidade de ‘São Pedro’, que neste ano, teria mandado mais chuva do que nos outros 100 anos de existência deste porto a beira do ‘madeirão’.

Após mais de dois meses de atípica alagação ( a mais longa também), quero chamar a atenção dos leitores para um fato que está registrado e não tem como ser apagado. Nem desdito, muito menos desmentido.

Em 2012, quando a UHE Santo Antônio começou a cogitar que pretendia subir a cota de seu reservatório para aumentar sua capacidade de produção de energia com a instalação de novas turbinas, houve uma reação imediata da UHE Jirau.

O ‘presidente’ de Jirau, Victor Paranhos em entrevista ao Jornal O Globo vaticinou os perigos da elevação do reservatório de Santo Antônio e as consequências de uma necessidade de esvaziamento rápido. Vou transcrever abaixo parte da fala do ‘todo poderoso’ de Jirau. ( LEIA AQUI)

— "A proposta de esvaziamento rápido do reservatório na época de cheia, previsto no pedido, criaria um tsunami na região. É um crime ambiental e social, podendo afundar balsas e atingir ribeirinhos e pescadores — afirmou Victor Paranhos, diretor-presidente do consórcio responsável por Jirau".

E explicou o que poderia acontecer: "A elevação da cota (profundidade do reservatório) de Santo Antônio reduziria a queda d’água em Jirau, que fica antes (de Santo Antônio) no curso do Rio Madeira. Essa elevação de cota implicaria, segundo os argumentos de Jirau um impacto socioambiental bastante significativo, com riscos de alagar, no período de chuvas, parte da cidade de Jaci-Paraná (RO), além da rodovia BR-364 e da Ferrovia Madeira-Mamoré, que têm pontes atravessando o rio".

Ainda segundo Paranhos, em entrevista desta vez ao jornal Diário da Amazônia também em 2012, “As contradições entre informações apresentadas pela Santo Antônio Energia e a análise feita pela Agência Nacional de Águas (ANA), sobre a alteração do nível de água, de 74,5 metros para 75 metros, no reservatório do empreendimento no Rio Madeira, pode surpreender a área urbana do distrito de Jacy-Paraná com um alagamento fora dos padrões estimados". ( LEIA AQUI)

Mais uma situação que deve ser esclarecida. Em carta endereçada à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), datada do dia 12 de novembro de 2012, o diretor presidente da Energia Sustentável do Brasil, Vítor Paranhos, preveniu sobre os riscos reais e necessidades de relocação, ou proteção, da localidade de Jacy-Paraná em função da elevação da cota de operação da usina de Santo Antônio.

De acordo com o documento de Paranhos à Aneel, o rebaixamento da cota operacional proposto, de 71,3 metros para 70,5 metros, nas situações de cheia, é inviável e ocasionará impactos não mensurados, principalmente na cidade de Porto Velho.

Ele ressalvava também que “caso o rebaixamento da cota seja realizado, considerando um volume ainda inferior ao previsto, haverá a formação de um verdadeiro ‘tsunami’ que atingirá Porto Velho, em função da ampliação dos picos de cheia e do aumento da variabilidade nas vazões que chegam no local”. Isso, segundo ele, deve gerar transtornos e impactos socioambientais não previstos e avaliados pela Santo Antônio e aprovados pelo Ibama.

E foi o que aconteceu. Em janeiro deste ano, o lago de ‘Santo Antônio” estava até a ‘boca’, como se diz na expressão popular. Quando chegaram as chuvas, tiveram que realizar o ‘esvaziamento rápido’ do reservatório.

Inclusive, no dia 6 de fevereiro, em correspondência a Aneel, Ana, Ibama e ONS, a Usina de Jirau pediu o imediato diplecionamento ( esvaziamento) do lago de UHE Santo Antônio. ( LEIA AQUI)

Dali para frente, o Tsunami amazônico veio chegando. Devagar mas impiedoso. Lento, mas com a força dos rios da Amazônia. E a ‘rolhas do madeirão’  levaram a água até a Bolívia .

Finalizo com uma fala do ‘doutor’ Paranhos, em recente entrevista a jornal andino em que ele, já com outra visão, tenta tirar a culpa da Usinas pelos agravantes de uma cheia atípica.  

O cidadão agora afirma que “Chuvas tão intensas só ocorrem a cada 500 anos” e, com uma bacia tão extensa acumulando água, é natural que as planícies sejam inundadas, como ocorreu também em quase toda a Bolívia, pontuou Victor Paranhos, presidente do consórcio Energia Sustentável do Brasil, que opera Jirau, a central mais próxima da fronteira boliviana.

Espero que nossas autoridades tenham consciência dos reais culpados e que ajam com rigor. Que não caiam no 'papo furado' da grande Imprensa que tenta tirar o foco sobre o que de fato aconteceu.

Quanto ao presidente de Jirau, fica minha duvida. Ele sabia o que podia acontecer? Ou tudo não passou de uma infeliz coincidência? Espero que o mesmo tenha hombridade para vir a público se explicar. É o que vamos cobrar.

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