A greve dos bancários, que completou 21 dias nessa quarta-feira, 9/10, e fechou, segundo dados da Contraf-CUT 11.748 agências, centros administrativos e call center’s em todo o país até o final da tarde de ontem, já é considerada a mais forte e maior dos últimos 20 anos e, por isso mesmo, conseguiu arrancar mais uma reunião com a federação dos bancos (Fenaban) que acontece amanhã, quinta-feira, às 10 horas, em São Paulo.
Ao meio dia, também em São Paulo, acontece a negociação das reivindicações específicas com o Banco do Brasil e com a Caixa Econômica Federal.
Para o presidente do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia (SEEB-RO), José Pinheiro, isso comprova que a força da greve é importante para forçar os bancos a apresentarem uma proposta mais justa para a categoria e que juntamente com o clamor da população, que já sofre os efeitos negativos de uma paralisação, é que os bancos quebram o silêncio.
“Isso mostra que os bancos esperaram muito tempo para quererem negociar com a gente. Na semana passada chegaram a oferecer um reajuste de 7,1%, totalmente inaceitável e acharam que venceriam os trabalhadores pelo cansaço, o que não aconteceu, pois é com a adesão e a demonstração de força que conseguimos nossos direitos e garantias”, avaliou Pinheiro.
Agora a expectativa dos bancários é que amanhã os bancos apresentem uma nova proposta que atenda as reivindicações de aumento real, valorização do piso, PLR melhor, proteção ao emprego, melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades e, assim, coloquem um fim à greve.
Durante todo o processo de negociações da Campanha 2013, iniciado no mês de agosto, os bancos apresentaram somente duas propostas. A primeira, feita no dia 5 de setembro, foi o reajuste de 6,1% que só repõe a inflação pelo INPC no período e ignorou as demais reivindicações da categoria, tendo sido rejeitada em todo país e motivando a deflagração da greve a partir do dia 19 de setembro. A segunda proposta foi a da última sexta-feira.
AS PRINCIPAIS REIVINDICAÇÕES DOS BANCÁRIOS
* Reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação)
* PLR: três salários mais R$ 5.553,15.
* Piso: R$ 2.860,21 (salário mínimo do Dieese).
* Auxílios alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 678 ao mês para cada (salário mínimo nacional).
* Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoece os bancários.
* Emprego: fim das demissões, mais contratações, aumento da inclusão bancária, combate às terceirizações, especialmente ao PL 4330 que precariza as condições de trabalho, além da aplicação da Convenção 158 da OIT, que proíbe as dispensas imotivadas.
* Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários
* Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós-graduação.
* Prevenção contra assaltos e sequestros, com o fim da guarda das chaves de cofres e agências por bancários.
* Igualdade de oportunidades para bancários e bancárias, com a contratação de pelo menos 20% de negros e negras.