Durante esta sexta-feira, o Conselho Regional de Odontologia de Rondônia (CRO-RO) com apoio do Conselho Federal de Odontologia (CFO) realizou o I Simpósio de Políticas Públicas para Odontologia. O evento foi realizado no auditório da Uniron, unidade do Porto Velho Shopping e contou com a presença de palestrantes ilustres como, Gilberto Pucca, coordenador-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, o presidente do CFO, Ailton Morrilhas, o diretor-geral do Hospital Regional de Cacoal e membro titular da Comissão Internacional de Saúde Bucal do Conselho Nacional de Saúde, Marco Aurélio Blaz Vasques, o presidente do CRO de Rondônia, Hailton dos Santos, além de vários presidentes de conselhos de outros estados.
Durante o simpósio, voltado para dentistas e gestores do serviço público, os palestrantes estiveram focados na organização da atenção à saúde bucal no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) além de incentivar os gestores municipais na busca de convênios com o Ministério da Saúde com vistas às políticas públicas previstas no programa do governo federal, Brasil Sorridente, que tem como principais linhas de ação viabilizar a adição de flúor a estações de tratamento de águas de abastecimento público e reorganizar a Atenção Básica e a Atenção Especializada, ou seja, a implantação de Centros de Especialidades Odontológicas (CEOs) e laboratórios regionais de próteses dentárias.
Os palestrantes, Zacaria Yahya Mohamad Omar, da diretoria do CRO do Mato Grosso do Sul e Moacir Paludetto Júnior, membro do grupo gestor do Conselho Nacional de Saúde Bucal e do CRO do Paraná, iniciaram as palestras abordando os índices de melhorias e experiências positivas da administração pública na assistência á saúde bucal, fundamentados em resultados do Brasil Sorridente.
Para Marco Aurélio Vasquez, o Brasil Sorridente foi responsável por tirar do país o título de “país dos desdentados” e mudou a realidade da saúde bucal dos brasileiros que utilizam o serviço público de saúde.
“A política, Brasil Sorridente, que já está completando 10 anos mudou esse cenário da saúde bucal e hoje nós já entramos em uma zona de não risco de cárie. Em Rondônia, obviamente que nós não temos os mesmos avanços científicos e tecnológicos das demais regiões do sul e sudeste do país, mas já alcançamos índices muito significativos e acredito que logo estaremos no mesmo patamar de outros estados que são referências em serviços públicos voltados para a saúde bucal”, acredita Vasquez.
Gilberto Pucca, coordenador-geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde, acredita que o Brasil hoje vive um momento ímpar na odontologia pública. “Particularmente nas questões da saúde bucal hoje nós temos resultados muito animadores. O Brasil Sorridente veio para quitar uma dívida histórica com os brasileiros e com os profissionais. Até 2002, antes do lançamento do Brasil Sorridente, 75% da população brasileira aos 75 anos de idade já tinham perdido todos os dentes. Já em 2010, na faixa etária de 12 anos, 45% da população foram consideradas livres de cáries, e esse número, segundo a Organização Mundial de Saúde colocou o Brasil em um seleto grupo de países de baixa prevalência de cárie. Então nós saímos do país dos desdentados e chegamos a esse reconhecimento internacional”, explicou Pucca.
A implantação dos CEOs, segundo Pucca, também foi um grande avanço pós Brasil Sorridente. “Nós não tínhamos nenhum Centro Especializado em Odontologia e hoje já chegamos a cerca de mil unidades, tínhamos quatro mil equipes de saúde bucal no Programa Saúde da Família (PSF), hoje já somamos mais de 22 mil, ou seja, nessa última década a saúde bucal no Brasil vem mostrando um avanço muito importante. E só tende a melhorar, já que em 2008, por determinação da presidenta Dilma, o Ministério da Saúde anunciou a ampliação do Brasil Sorridente e com isso, mais recursos serão liberados para dar continuidade a esse progresso”, destacou.
Compartilhando do mesmo pensamento, o presidente do CFO, Ailton Morrilhas, também acredita no bom momento conquistado pelas ações voltadas para a saúde bucal dentro do serviço público de saúde.
“No meu ponto de vista melhorou muito nos últimos anos, embora infelizmente ainda exista subfinanciamentos para a área de saúde como um todo, as conquistas que estão acontecendo especificamente na saúde bucal têm que ser levadas em consideração. E isso se deve muito a Coordenação-Geral de Saúde Bucal do Ministério da Saúde que tem sido uma excelente parceira na união de forças para que continuemos a colher sucesso”, declarou Morrilhas.
Anfitrião do evento, o presidente do CRO-RO, Hailton Santos, ao final dos debates que encerraram o I Simpósio de Políticas Públicas para Odontologia agradeceu a presença de todos os palestrantes e a participação de profissionais e gestores da saúde bucal no serviço público de saúde.
“O simpósio foi um sucesso. Acredito que foi uma oportunidade de mostrarmos nosso interesse em repassar medidas eficazes e orientações úteis para a consolidação de um trabalho que visa exclusivamente o bem estar da nossa população, além do bom conceito e a segurança da nossa profissão”, concluiu o presidente.