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Trilhos da Madeira Mamoré já foram engolidos pelo banzeiro. |
A ação erosiva da margem do rio Madeira dentro do Complexo Madeira Mamoré em Porto Velho, ocasionada pelas constantes chuvas amazônicas e pelo forte banzeiro iniciado após a construção da Usina Hidrelétrica de Santo Antônio está colocando em risco a vida da comunidade que frequenta a região Central da capital de Rondônia.
Em um dos Mirantes da região, no bar conhecido pelo nome de Café Madeira, a estrutura visivelmente fragilizada pode desmoronar a qualquer momento. Logo abaixo do prédio onde fica o estabelecimento comercial existe a saída de uma galeria fluvial onde através de um pequeno canal a agua da chuva é levada para o rio Madeira.
Na área é possível observar que a estrutura do prédio está praticamente pendurada em um cartilaginoso e escorregadio barranco, e caso algo não seja feito imediatamente, uma tragédia no local demonstra ser questão de tempo.
De acordo com o coordenador da Defesa Civil, Paulo Afonso, o local está sendo diariamente visitado e o proprietário do empreendimento já havia sido notificado para remover parte da estrutura que está em iminente risco, além da instalação de lonas para evitar o avanço da sedimentação. Porém o isolamento completo do local apenas poderá ser realizado após um laudo completo que está sendo elaborado pela Defesa Civil.
Ainda segundo informações da Defesa Civil, um ofício solicitando que o Consorcio Construtor Santo Antônio Energia realizasse o enrocamento, ou seja, a colocação de pedras nas margens que estão sucumbindo aos banzeiros foi atendido em partes.
O Consorcio realizou esse trabalho no ano passado, porém até a área que compreende ao Porto Municipal, deixando uma grande parte da margem do rio a mercê do forte banzeiro que se intensificam com a cheia do rio Madeira.
Patrimônio Histórico
Por toda a margem do rio Madeira próxima ao local que apresenta sedimentação, é possível observar que muitas peças da Estrada de Ferro Madeira Mamoré, patrimônio tombado pelo IPHAN (Instituto de Proteção do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) e protegido legalmente pela Polícia Federal, estão desaparecendo junto com os barrancos que desmoronam a cada dia.
“É evidente que a colocação das pedras em toda a área solicitada pela Defesa Civil em Porto Velho diminuiria e muito esse tipo de situação. Aguardamos ansiosos que o Consórcio atenda nossa solicitação”, concluiu o coordenador da Defesa Civil Paulo Afonso.