Confúcio diz que no Governo é necessário provocar para reagir
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BLOG DO CONFÚCIO: AS PROVOCAÇÕES E AS REAÇÕES
Tags: GOVERNO E PROVOCAÇÕES
Postado por: Confúcio Moura (PMDB), governador de Rondônia | 9 janeiro , 2012 |
Governar é provocar. Se o governo provoca o povo reage. Não o provocativo insultuoso. Briguento. Pisão no pé. Cusparada na cara. É provocar o povo para um despertamento. Porque o povo para se mover necessita de uma crença. Ou de um fato real que o entusiasme a mudar o seu costume. O que aprendeu na vida inteira. O jeitão de viver e sobreviver. O seu lado cômodo, o de sempre, conservador.
Isto tudo só se faz por dois meios. Pela guerra que devasta e submete o homem a mais profunda condição de degradação. Vindo depois o sentimento coletivo de reconstrução. Ou pelo conhecimento e a teoria da organização. O homem precisa ver para crer. Precisa pegar. Cheirar. Sentir. Senão fica como sempre esteve. É preciso saber se ganhará alguma coisa de prático com a mudança. Idelologia é para poucos. Alguns raros a tem no sangue, no DNA. A maioria não, tem mesmo forte e natural é santíssimo sacramento – chamado interesse. O interesse é legítimo. Posso dizer que o interesse é o motor do mundo.
O homem adora copiar o outro. Se ganha dinheiro plantando café, o vizinho também planta. Se pinta a casa de verde, o vizinho também pinta. Se põe portão de ferro, vizinho também. Se planta uma árvore na porta da casa, o outro faz o mesmo. Se um constrói calçada, já o outro imita. E assim, vai, o homem age por instinto, nem percebe, mas age.
Por isso que o Governo deve aproveitar a situação. Fazer ou mandar fazer, dizer o que deve ser feito, para a sociedade seguir ou copiar. Falar de esperança para o rondoniense se animar.
Mas, o mundo segue mesmo assim. Com governo ou sem governo. Tem governo de tão ruim melhor que se não o tivesse. E se não o tivesse seria a vida em estágio natural, tal qual os brutos e primititivos vivem, com a mínima organização. Um governo rege a grande orquestra. Estabelece os limites da vivência em comum. Mas, termina fazendo cada barbaridade medieval no século XXI. Inacreditável. Por exemplo, prender um cidadão para purgar a sua culpa e recuperá-lo bom para a sociedade. E todo mundo sabe que é uma hipocrisia aqui no Brasil. Mesmo assim, continua fazendo e lavando as mãos como Pilatos.
Vale a prudência. Porque conduzir vidas e destinos não é tarefa fácil. Por isto que o Governo deve ser antes de tudo provocador de situações. Quem me dera ser um Moisés, de chegar à beira do rio e as águas pararem de repetente, paredões de água dos dois lados e o povo rondoniense atravessar? Nem tanto, mas, provocar e conduzir devo fazer. Criar programas ousados. Quem sabe conflituosos. Porque se não forem ousados e conflituosos não servem. Já pensou o celular, o ipad, a TV digital, a relatividade, o avião. Se o cientista perguntasse ao povo se queria alguma coisa desta, não teria resposta. O povo deve ser surpreendido. Ele assusta e depois se acostuma. Acha bom e usa. O homem reage positivamente às coisas boas.
O governo deve sacudir o povo. Como um menino entalado com caroço. Cabeça pra baixo e uns tapas nas costas. Pensar e agir. Se ficar esperando tudo bontinho e bem arrumado nunca iremos mudar. Como numa casa em construção, pra sair do aluguel a gente muda sem terminar e dentro dela se termina.
Eu não quero que ninguém fique parado no governo. O doente jogado no chão como subgente, não dá para aguentar por mais tempo esta situação. Quem vai ajeitar a coisa? Que anjo virá do céu nos ajudar? Claro que o anjo sou eu e você. Quem mais poderia? São estas coisas que devemos provocar. Provocar para reagir. Quebrar os usos e costumes da coisa feia. Porque a gente acostuma com a coisa feia. Quem trabalha em cemitério não chora a dor da famílio do morto. Quem trabalha no lixão não sente mau cheiro da podridão. Quem trabalha com a dor não reconhece o grito lancinante de quem sofre. E tudo se transforma numa paisagem comum. Num admirável mundo das coisas relativas.
Infelizmente, temos que admitir alguns pecados capitais. Um deles é a ira. Tem momentos que devemos nos transformar em cobras cascáveis de verdade. Picar e jogar o veneno. Outras vezes ser benefolentes e cantar cantigas de ninar. É assim que é o mundo. Governar não é moleza.
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