Os bancários de Rondônia, em Assembléia Geral realizada agora há pouco, decidiram, por maioria de votos, aceitar a proposta feita na última sexta-feira (14/10) pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e acabar com o movimento paredista que, nesta segunda-feira, chegara ao seu 21º dia, sendo a maior dos últimos 20 anos.
Assim, a partir das 8 horas – por conta do horário de verão - desta terça-feira (18/10), todos os bancos de Rondônia – com exceção do Banco da Amazônia – estarão abertos para atendimento ao público.
A aceitação da proposta, que contempla o reajuste salarial de 9% (inclusive em todas as verbas salariais), mais valorização do piso em 12%, PLR (Participação nos Lucros e Resultados) maior e melhorias nas condições de trabalho, segurança e saúde do trabalhador, foi defendida também pelos diretores do Sindicato dos Bancários e Trabalhadores do Ramo Financeiro de Rondônia.
“A categoria está de parabéns por mais esta greve, que contou com uma boa participação e foi a maior em duas décadas. Não era o que queríamos, mas foi o que conseguimos. Temos que saber a hora de começar uma greve, mas também, a hora certa de encerrá-la”, disse o presidente do SEEB/RO, José Pinheiro, que acrescentou: “Entre as propostas estão o não desconto dos dias parados, que serão compensados até o dia 15 de dezembro, não incluindo aí os sábados e domingos”.
O secretário geral do SEEB/RO, Euryale Brasil, falou sobre as propostas específicas para os funcionários da Caixa Economica Federal, que contempla os reajustes da Fenaban, uma PLR Social maior e, sobretudo, a garantia de contratação de mais 5 mil funcionários em todo o país.
“Não é nem de perto o que queríamos, mas podemos ver avanços nestas propostas para a Caixa. É por isso que sempre falamos da importância da adesão dos colegas, para dar mais força ao movimento e forçar os bancos a uma pauta melhor de garantias e ganhos”, avaliou Brasil.
Já o secretário de saúde do SEEB/RO e atual presidente da CUT/RO, Cleiton dos Santos Silva, a proposta da Fenaban contempla as reivindicações da categoria que, em pesquisa anterior à deflagração do movimento, sustentava a tese de reajuste salarial de aproximadamente 10%, valorização do salário e melhoria na qualidade de trabalho.
BANCO DA AMAZÔNIA
Os trabalhadores do Banco da Amazônia, a exemplo do que aconteceu em 2010, rejeitaram a proposta da Fenaban e das pautas específicas do Banco da Amazônia. De acordo com a diretora financeira do SEEB/RO, Maria do Socorro, que é funcionária do BASA, os trabalhadores novamente se vêem diante de uma proposta que não ajuda na valorização salarial e tampouco no objetivo de igualitarismo com os demais bancos públicos.
“A valorização do salário dos trabalhadores do Banco da Amazônia só será uma realidade quando o Plano de Cargos, Carreira e Salários for implementado. Até lá, os índices que são propostos jamais vão alcançar a valorização que vemos nos demais bancos públicos”, comentou Socorro.
Os funcionários do Banco da Amazônia, portanto, permanecem de greve em Rondônia.