A presidente Dilma Rousseff adotou uma nova estratégia de comunicação, orientada pelo Planalto, e passou a dedicar mais tempo de entrevistas a rádios regionais, a fim de priorizar a divulgação da agenda positiva. Segundo noticia a Folha de S.Paulo, nesta segunda-feira (29), a medida seria uma forma de driblar assuntos polêmicos, como os escândalos envolvendo ministérios do Governo.
Em julho deste ano, Dilma dedicou dez vezes mais tempo a rádios regionais - no total foram duas horas e 52 minutos - do que para jornalistas de grandes veículos nacionais, para os quais dedicou apenas 17 minutos, divididos em cinco eventos. Para as emissoras locais, as entrevistas ficam restritas às ações do governo naquele local, evitando assuntos como corrupção e "faxina" no governo. O tempo é aproveitado pela presidente para anunciar novas obras e benefícios sociais aos ouvintes.
"Passaram para nós que seria melhor usar as questões positivas. Dizer o que pode ser feito, e não o que nunca foi feito no Estado", disse o radialista Sérgio Gomes, da Caiari AM de Porto Velho (RO). Gomes entrevistou a presidente por 21 minutos, um dia antes da demissão de Alfredo Nascimento, ex-ministro dos Transportes, ser anunciada, mas ele afirmou não ter tratado sobre o assunto por "falta de tempo". A Secretaria de Comunicação Social (Secom) nega que a estratégia é uma forma de se desvencilhar.