Das sombras
José Bonifácio Pinto Júnior, também conhecido como “Boni”, que “fazia chover” no consórcio que constrói a usina de Santo Antônio e misteriosamente foi “demitido”, reapareceu. Ele andou pela Associação Rondoniense dos Municípios tentando explicar o inexplicável, no caso da isenção fiscal que o governo quer dar para as empresas que vendem peças e equipamentos para as usinas. A grande pergunta é: o que Boni quer metido na Arom, se ele próprio afirmou em programa de TV recentemente que estava fora da Odebrecht e “de férias”?
Curioso
Esse caso da isenção fiscal é uma lambança sem tamanho. Até agora o Estado não conseguiu arrumar uma justificativa sequer que convença alguém a concordar com essa isenção. A não ser, claro, quem ganha com isso. Só para relembrar o caso, antes de seguirmos em frente. O governo de Rondônia pretende conceder isenção fiscal para empresa que obrigatoriamente vão vender peças para as usinas, ou seja, ao invés de sobretaxar as empresas, Confúcio quer dar mais dinheiro a eles.
Seguindo
Pois bem. Voltando a caso de Boni. Com a divulgação da intenção confuciana de dar essa isenção fiscal, a Associação Rondoniense dos Municípios – AROM, entidade que representa os prefeitos dos 52 municípios de Rondônia, se manifestou contrária a essa aberração. Isso porque a redução de ICMS influi diretamente no repasse do Fundo de Participação dos Municípios – FPM – repasse constitucional mensal do Estado para as cidades. Os municípios pequenos são os que mais sofrem, já que dependem quase que exclusivamente desse repasse.
Lobby
De acordo com o presidente da Arom, prefeito Laerte Gomes, Bonifácio esteve pessoalmente na sede da entidade esta semana, “tentando explicar como vai funcionar essa isenção”. Pena que Laerte não disse em nome de quem Boni estava falando. Em abril deste ano Bonifácio pediu demissão da Odebrecht. Estava acertada, inclusive, a saída de Bonifácio da área de energia para uma das diretorias da ETH Bioenergia, empresa do grupo Odebrecht na área de etanol e açúcar. A transferência ainda não tinha se concretizado em função dos conflitos de trabalhadores nas usinas em Porto Velho.
Parênteses
Só para relembrar não foi apenas em Jirau que houve quebra-quebra. Santo Antônio havia passado por problema semelhante anteriormente, não com a mesma proporção, mas igualmente grave.
Silêncio
A tal isenção está em stand-by, mas o governo não desistiu e o surgimento de Boni no jogo comprova isso. A principal barreira que eles estão enfrentando são os prefeitos, que não querem, com toda a razão, abrir mão dessa bolada, que pode chegar a R$ 1 bilhão, se forem consideradas taxas de câmbio (as peças são importadas) e outros itens agregadores. Interessante que sobre esse tema, o governador simplesmente se faz de “gato morto”.
Falar em Boni
Lembra a história do tal Dossiê Chinês, que por sua vez nos lembra de Tiziu Jidalias. O ex-deputado negou as acusações de ter recebido R$ 1 milhão dos chineses em Rondônia e sumiu. Ninguém ouviu mais falar nele.
Quero ver
O governador Confúcio Moura tem andado frustrado porque seu projeto/parceria com a prefeitura de Porto Velho, batizado de “trânsito livre”. Confúcio declarou que os parceiros não estão “se envolvendo” como deveriam e chegou a afirmar, uma de suas mirabolantes postagens na internet, que “Se não der resultado esperado- eu mesmo que serei o Comandante. Aí vocês verão como é que se faz”, dando a entender que irá pessoalmente para as ruas participar de pit-stop.
Utopia
Confúcio se inspirou em um programa desenvolvido pelo Governo do Distrito Federal – GDF – que visava implementar ações educativas no trânsito. Realmente em Brasília o trânsito flui, mas é necessário que façamos algumas observações. A primeira, e mais óbvia, é que o GDF instalou radares em toda a cidade, cobrando pesadas multas. As ações “educativas” nada mais eram que lembretes para os motoristas. a implantação de radares deu resultados positivos, em Brasília ou se anda a 60 quilômetros ou leva-se uma multa daquelas de doer. E não tem choro, tem que pagar.
Por aqui
Vale ressaltar que Porto Velho é uma das poucas cidades do País onde nada pode. a Justiça e o Tribunal de Contas determinaram o fim da chamada “Zona Azul”, um sistema de estacionamento rotativo criado pelo então prefeito Chiquilito Erse. Carlinhos Camurça tentou implantar os radares eletrônicos, também foi impedido pelos mesmos órgãos. As desculpas são sempre as mesmas, que a lei isso, a lei aquilo, mas interessante observar que em todos os demais estados pode, dá certo e termina ganhando o apoio da população. Por aqui nem a lei seca é cumprida, é uma coisa impressionante.
Ação efetiva
Ao invés de ficar conjecturando sobre palhaçadas nos semáforos, ou distribuição de kits educativos, Confúcio Moura deveria estar estudando formas de aplicar multas a motoristas que correm demais, aos que estacionam em qualquer lugar, as empresas que estacionam caminhões no meio das ruas estreitas para descarregar mercadorias, sem a menor preocupação com o tráfego e implantar radares de velocidade. Trânsito se faz com educação, mas educação, se não vem do berço, tem que vir pela aplicação de penalidades.
Veja a postagem de Confúcio
“Fim de maio lancei em Porto Velho com o Prefeito Roberto Sobrinho – o programa TRÂNSITO VIVO. Combinamos avaliar os resultados no final deste mês. Parece que o pessoal não está acostumado com programas especiais. Muita coisa ainda está amarrada. Poucos policiais na rua. Não é um programa de governo e da prefeitura? Então é prioridade. Para que melhore resultados de atropelamentos, outros acidentes. Com o objetivo de se reduzir a violência. Economia de vidas e de traumas. Um programa deve ter inicio, meio e fim. Previsão definida de resultados. Lembro-me quando o Governador Cristovam Buarque lançou o programa de trânsito em Brasilia. Foi de uma criatividade incrível. Moças na rua vestidas de anjos, com asas e tudo mais. No meio do asfalto acenando para os motorista. Para reduzirem as velocidades. Palhaços nos cruzamentos, moças artisticamente vestidas para fazer caretas para motoristas abusados e sorrir para os que cumpriam as leis. Guardas nas travessias das ruas, pegando na mão do pedestre para ajudá-los atravessar com segurança. Guardas apitando. Sinalizando para terem cuidado. Protegendo o pedestre. Até que Brasilia aprendeu a respeitar o pedestre. Hoje, o carro para automaticamente, sem guarda nenhum, para o pedestre atravessar em paz. Nós temos que inovar. Sermos criativos. Por a cachola para funcionar. Vamos fugir um tiquinho do trivial. Governador e Prefeito na rua. Médicos ortopedistas, neurologistas, enfermeiros, de branco, na rua, parando o motorista e distribuindo material educativo. Crianças também fazendo campanha para orientar os pais. As escolas ensinando leis e regras do trânsito para os alunos. A coisa é pra valer. Descer gente da área administrativa dos quartéis para a rua. Até oficiais superiores. Corpo de Bombeiros também. Os agentes de trânsito do DETRAN todos na rua. Os agentes da Prefeitura da mesma forma. Gente, tem que ser assim. Pra valer. Em ARIQUEMES o motorista para na faixa. Eu não acredito em campanha faz-de-conta não. Comigo é pra valer. Ou faz ou não faz. Trânsito não é brinquedo. Basta ver o estrago nas vidas, nas contas da Saude pública. Vou ver no fim do mês. Se não der resultado esperado- eu mesmo que serei o Comandante. Aí vocês verão como é que se faz.”
Gravidez x stress
O estresse de uma mãe pode afetar seu bebê ainda no útero, produzindo efeitos a longo prazo na vida da criança, sugerem pesquisadores alemães. A equipe da Universidade de Kontanz, na Alemanha, observou que houve alterações biológicas em um receptor de hormônios associados ao estresse em fetos cujas mães estavam sob tensão intensa --por exemplo, por conviverem com um parceiro violento. As alterações sofridas pelo feto podem fazer com que a própria criança seja menos capaz de lidar com o estresse mais tarde. Essas alterações foram associadas, por exemplo, a problemas de comportamento e doenças mentais. As conclusões, baseadas em um estudo limitado feito com apenas 25 mulheres e seus filhos-- hoje com idades entre 10 e 19 anos--, foram publicadas na revista científica "Translational Psychiatry". Os pesquisadores fazem algumas ressalvas: eles explicam que as circunstâncias das mulheres que participaram desse estudo eram excepcionais, e que a maioria das mulheres grávidas não seria exposta a graus tão altos de estresse durante um período tão longo. A equipe enfatiza também que os resultados não são conclusivos, e que muitos outros fatores, entre eles o ambiente social em que a criança cresceu, podem ter desempenhado um papel nos resultados. Mas os especialistas alemães suspeitam que o ambiente primordial, ou seja, o do útero, tenha papel crucial.
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