DEU NO G1 - Mais de 2 mil trabalhadores deixam Rondônia após vandalismo em usina

Mais de 2 mil trabalhadores deixam Rondônia após vandalismo em usina

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Foto: Divulgação

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Mais de dois mil operários da construtora Camargo Corrêa que trabalhavam na construção da Usina Hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, deixaram o estado entre sexta-feira (18) e o fim da tarde neste sábado (19). De acordo com nota oficial divulgada pela empresa, durante o fim de semana, foram fretados 12 voos e mais de 300 ônibus para levar os trabalhadores de volta para casa. Até quarta-feira (23), a previsão é de que oito mil pessoas deixem Rondônia.

confusão no canteiro de obras teve início na noite de terça-feira (15), quando diversos ônibus foram incendiados. Segundo a Polícia Militar, os alojamentos e a área de lazer do local também foram depredados. O tumulto teria começado após uma briga entre dois operários e não há reivindicações trabalhistas. Apesar da ameaça de greve por reajuste salarial e benefícios, nenhuma reivindicação trabalhista foi entregue oficialmente à empresa até a noite deste sábado.

Na quarta-feira (16), os manifestantes fizeram uma trégua, mas na quinta-feira (17) voltaram a atear fogo a ônibus, carros e alojamentos. Na sexta-feira (18), por medo de saques, o comércio em Porto Velho ficou fechado e a polícia reforçou a segurança.

Volta para casa

Segundo a empresa, 8 mil pessoas passaram pelos alojamentos criados em Porto Velho após a destruição das instalações no canteiro de obras. Todos esses trabalhadores devem deixar a região. A construção da usina levou para Rondônia cerca de 40 mil profissionais de diversos estados do país.

De acordo com a assessoria da empresa, os voos fretados seguem para Belém, Teresina, São Paulo, Curitiba e Goiânia. Como muitos operários não moram nas capitais, eles recebem dinheiro em mãos para tomar ônibus e seguir até as cidades de origem.

Em nota oficial, a Camargo Corrêa afirmou estar preocupada com a segurança, a integridade e o bem-estar dos seus funcionários. A empresa informou que providenciou alojamento, alimentação, kits de higiene pessoal e transporte.

Ainda no texto, a empresa informa que um serviço de informações foi criado para esclarecer e fornecer orientações aos funcionários e seus familiares pelo telefone gratuito 0800 940 0810.

Ainda de acordo com a assessoria de imprensa da empresa, as obras da usina vão permanecer paradas e não há previsão de retorno das atividades. As obras serão retomadas depois que os danos forem contabilizados e a Secretaria de Segurança Pública de Rondônia possa garantir a segurança do local.

 

Sem reivindicações

A Camargo Corrêa informou que não havia recebido nenhuma pauta trabalhista até a noite de sábado (19) que poderia ter motivado os atos de vandalismo no canteiro de obras da usina.

Em nota oficial divulgada na sexta-feira (18), o Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Civil (STICCERO) ressalta que os fatos ocorridos não resultaram de ação sindical ou trabalhista. O órgão ainda informa que o Sindicato e os trabalhadores sempre atuaram de forma organizada e pacífica para conquistar direitos da categoria.

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