Caos no JP II foi denunciado inúmeras vezes pelo Cremero, mas ignorado pelo poder público

Na fiscalização do dia 25 de novembro foi constatado: sem espaço para mais nada, os pacientes são internados ao chão, em baixo das macas com outros doentes

Caos no JP II foi denunciado inúmeras vezes pelo Cremero, mas ignorado pelo poder público

Foto: Divulgação

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O caos na saúde e o aspecto de hospital de guerra no pronto-socorro João Paulo II, em Porto Velho, que esta semana foram divulgados em rede nacional, causando revolta e clamor social, há mais de cinco anos vem sendo denunciado pelo Conselho Regional de Medicina de Rondônia (Cremero), segundo informou nesta quinta-feira (13) a presidente Inês Motta de Moraes.

A falta de condições de trabalho para os médicos e a superlotação, que fizeram com que o governador Confúcio Moura decretasse estado de calamidade pública, foram levados inúmeras vezes, através de relatórios, com fotos, ao conhecimento do Ministério Público Estadual (MPE), do Ministério Público Federal (MPF), da Secretaria de Estado da Saúde (SESAU), do Governador do Estado e dos Diretores Técnicos e Clinico do pronto-socorro, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

No último relatório, preparado após fiscalização realizada no dia 25 de novembro, quando apurou denúncia feita por médicos ortopedistas e neurocirurgiões sobre a falta de condições de trabalho e de atendimento aos pacientes ali internados, o Cremero constatou o “descaso que as autoridades dispensam a saúde da população”. “Parecia uma zona de guerra, com gente doente deitada umas sobre as outras, no chão ou em cadeiras”.

“A superlotação no João Paulo II e a falta de condições de trabalho são tão gritantes que ali se forjou o conceito de maca-beliche, internando pacientes embaixo das macas espalhadas por todos os corredores. É um absurdo”, protestou à época os conselheiros que realizaram a fiscalização.

Além da comissão de fiscalização do Cremero, participaram da fiscalização ao João Paulo II no dia 25 de novembro o Diretor Executivo do JP II, Paulo Ricardo, o promotor de justiça do MPE, Hildon Lima Chaves, o diretor-geral do JP II, Rodrigo Bastos de Barros, o diretor clinico Franklim Almeida, o presidente do sindicato Médico, Rodrigo Almeida. A fiscalização teve ampla cobertura da imprensa e rendeu protestos coordenados por pessoas ligados ao Governo que se despedia.

O relatório apontou os vários problemas do hospital, como o estrangulamento de sua capacidade de atendimento, redundando no acúmulo de pacientes no chão. “O hospital dispõe de 131 leitos para internação, dez leitos de UTI e quatro na UCE, mas, segundo as informações colhidas no local, está com mais de 300 pacientes internados”.

Embora o diretor-executivo tenha afirmado à época que os pacientes estavam sendo medicados, a presidente do Cremero lembrou que estava recebendo informações de que nem os analgésicos estavam sendo prescritos, “havendo necessidade, muitas vezes, de os médicos ligarem ao diretor clinico para solicitar a medicação”.

Outro problema apontado pelo relatório do Cremero encaminhado às autoridades é com relação ao corpo clinico, formado por dois cirurgiões, dois clínicos gerais, um anestesista, um intensivista e dois ortopedistas, “funcionando em escala de plantão de 12 horas e sobreaviso das demais especialidades”.

Uma das observações do Cremero foi a de que o quantitativo de profissionais para prestar atendimento é insuficiente, levando ao absurdo dos pacientes ficarem sem atendimento médico por mais de sete dias, “conforme declaração das pessoas ali internadas”.

À época da fiscalização os médicos ortopedistas estavam absolutamente assoberbados em suas atividades. Eles eram obrigados a atender casos urgentes, são obrigados a passar a visita em 148 pacientes internados, muitos deles há mais de 60 dias aguardando transferência para o Hospital de Base ou encaminhamento para os hospitais credenciados pelo SUS para a realização dos procedimentos cirúrgicos.

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