A população de Porto Velho precisa sair às ruas para protestar contra a corrupção e reviver os tempos dos caras pintadas, nos governos Collor e Lula.
É triste admitir, mas, diferentemente do que tem ocorrido noutras capitais brasileiras, a maioria da população portovelhense parece que está anestesiada, não reage ao cipoal de escândalos que tem sido revelado pelos meios de comunicação.
Aqui e acolá, no máximo, uma manifestação isolada, como a do cidadão que se postou numa das esquinas centrais da cidade, esticando uma faixa de protesto contra a roubalheira do dinheiro público. Conquanto louvável a atitude do contribuinte espoliado, mas só isso não é suficiente para amolecer o coração das autoridades judicantes. É preciso fazer mais barulho. Muito mais!
Recentemente, um secretário municipal foi apanhado com a mão na cumbuca do dinheiro público. Depois de passar menos de uma semana na carceragem da policia militar, voltou ao cargo como se nada tivesse ocorrido.
Logo que o escândalo veio à tona, os bobos da corte entraram em campo, tecendo loas ao prisioneiro. Houve, inclusive, quem o considerasse um injustiçado, vítima da “cegueira policial”.
O padrinho político do secretário saiu-se com a esfarrapada desculpa de que tudo não passou de um tremendo equívoco. “Foram apenas algumas passagens aéreas que ele autorizou antes de deixar o cargo”, justificou a autoridade, que é candidato à reeleição.
Por muito menos, senador, uma senhora ficou trancafiada mais de três semanas, sob a acusação de haver roubado um kit de xampu, num supermercado de Brasília.
Espera-se que a Justiça mergulhe de cabeça nesse pântano, não permitindo que o escândalo passe em brancas nuvens, à semelhança de tantas outras bandalheiras de que se têm notícias, aqui e alhures.
Em vez de fechar-se em casulo, o prefeito Roberto Sobrinho precisa, urgentemente, fazer reparos profundos no primeiro escalão de sua equipe, para, assim, tentar resgatar um pouco da credibilidade perdida.