Professores da São Lucas têm artigo publicado em revista inglesa
Foto: Divulgação
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Artigo produzido pelo professor doutor Luís Marcelo Aranha Camargo, coordenador do Curso de Medicina da Faculdade São Lucas (FSL), pela professora Luana Janaína de Souza Vera (Biomedicina-FSL) e pela acadêmica Juliana Aranha Camargo (Biomedicina-FSL), em parceria com Pedro di Tarique Crispim Barreto (Universidade Federal de Rondônia), Eudes Kang Tourinho (Hospital 9 de Julho) e professora Márcia Maria de Souza (Fundação Oswaldo Cruz/Bahia), foi publicado na edição de fevereiro da Revista Parasite and Vectors, da Inglaterra. Intitulado “Capilaríase (Trichurida, Trichinellidae, Capillaria hepática) na Amazônia brasileira: baixa patogenicidade, baixa infecciosidade e novo modo de transmissão”, o artigo é baseado em exames realizados em moradores ribeirinhos da região do Rio Preto, em Porto Velho (RO), próximo ao distrito de Calama, que constataram uma nova doença causada por um verme chamado Capillaria hepatica.
Segundo o artigo, a capilaríase humana, causada por Capillaria hepatica (ou Calodium hepaticum) é uma doença rara, com mais de 40 casos registrados em todo o mundo. Classicamente, a doença tem sintomas graves que imitam a hepatite aguda. Reservatórios naturais de C. hepatica são roedores urbanos (Mus musculus e Rattus novergicus) que abrigam seus ovos no fígado. Depois de examinar as fezes de 6 habitantes ribeirinhos na região do Rio Preto, e identificar a C. hepatica em suas fezes, os autores decidiram investigar a dimensão real das conclusões destas procurando por dois sinais positivos.
Entre 1º e 15 de junho de 2008, 304 indivíduos foram examinados clinicamente. Amostras de sangue foram coletadas, mantidos a uma temperatura de -20° C negativos e submetidos a exames com a utilização da técnica de imunofluorescência indireta. O primeiro sinal positivo foi a presença de anticorpos específicos, indicando que a pessoa corre o risco de ter sido exposta aos ovos, provavelmente ovos não infecciosos, que passaram através da cadeia alimentar ou através dos alimentos contaminados, com prevalência total de 34%. Um segundo sinal mais específico foi a presença de anticorpos em título superior, indicando a infecção verdadeira.
Os autores concluíram que em apenas dois casos foram constatadas infecções verdadeiras, com prevalência de 1%; o resto era de falso-positivos que foram sensibilizados após consumirem ovos não embrionados. O estudo é o primeiro realizado em uma população amazônica nativa que indica a presença de anticorpos contra C. hepatica. Os resultados sugerem que a transmissão do parasita ocorre pela ingestão de ovos de fezes humanas e/ou carcaças de animais selvagens. Os autores propõem um novo modo de transmissão, descrevendo a doença como de baixa patogenicidade e mostrando baixa infecciosidade.
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