A legitimidade da greve só existe quando, no seu exercício, são respeitados os limites previstos na lei, com base no interesse público. O exercício do direito de greve não pode significar um atentado às condições existências da sociedade.
A greve é um instrumento de negociação laboral, essencial à vida democrática. Não pode contrariar a ordem social, mas processar-se em ordem, respeitando os interesses da coletividade.
Fora isso, a greve ganha sentido agressivo de simples instrumento de luta de classe, completamente contrário ao espírito do regime.
Via de regra, nos serviços essenciais, as demandas laborais são desfiguradas na sua legitimidade e equidade pela insuflação de baderneiros, descomprometidos com a ordem social e com as legitimas aspirações da categoria que dizem representar.
No fundo, o que deseja, mesmo, essa gente, é combater a autoridade política de plantão. O sindicalismo anacrônico, inspirando tão-somente no tumulto e na mediocridade, precisa rever seu comportamento frente à realidade social.
Sindicalismo com inspiração ideológico é coisa fora de moda nos dias atuais. O fracasso iminente da greve comandada pelo SINTERO serve para mostrar, de um lado, a teimosia, a estupidez e o radicalismo de certas lideranças; de outro, evidencia o declínio do sindicalismo maroto, até porque ninguém esta mais aceitando viver sob a égide de entidades retrógradas, de fachada, propagandistas, sem qualquer correspondência objetiva no campo da realidade.
É claro que o governo do estado tem sua parcela de colaboração, quando deixa de dialogar com a categoria. Mas o prefeito Roberto Sobrinho também ignora o SINDEPROF, o sindicato dos servidores do município de Porto Velho, e o petismo considera isso a coisa mais natural do mundo.
A mentalidade grevista tem que amoldar-se ao espírito coletivo e a ordem constituída. É preciso garantir a normalidade da convivência social para que dela resulte o bem comum.
Os profissionais de educação da rede municipal também estão ganhando um salário de fome, dançando na corda bamba sem serem malabaristas. Nem por isso, o SINTERO tentou invadir o palácio Tancredo Neves, sede do governo petista.
E o que dizer, portanto, da conversão da parte do vale transporte do empregador, em pecúnia, devida à categoria e demais servidores municipais, cuja lei foi aprovada pela Câmara Municipal, mas o prefeito Roberto Sobrinho se recusa a cumpri-la? Por que o SINTERO ainda não acionou judicialmente o prefeito? É a velha máxima de dois pesos e duas medidas. São por essas e outras, que a greve de profissionais da educação estadual pode acabar em nada, cujos reflexos se farão sentir no dia-a-dia do alunado.