Novo cargo e eleitor inteligente podem fazer de Raupp o senador mais votado de 2010 - Por Paulo Queiroz

Novo cargo e eleitor inteligente podem fazer de Raupp o senador mais votado de 2010 - Por Paulo Queiroz

Novo cargo e eleitor inteligente podem fazer de Raupp o senador mais votado de 2010 - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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Política em Três Tempos
 
1 – O MAIOR ELEITOR
Na hipótese de que a política eleitoral fosse balizada por parâmetros lógico-científicos, o fato de ter sido eleito 1º vice-presidente nacional de um partido como o PMDB – ainda mais nas circunstâncias que se descortinam – já seria suficiente para fazer do senador Valdir Raupp, no que diz respeito aos seus anunciados propósitos em relação às eleições de outubro, sem tirar nem por, no maior eleitor de Rondônia desta conjuntura. Eis que, dadas as características da legenda, o poder e o prestígio que este cargo lhe confere o transforma, em ato e muito mais em potência, no político de Rondônia mais influente em circulação pela Praça dos Três Poderes da capital federal.
 
Até hoje, na história do Estado, apenas duas autoridades do pedaço enfeixaram prestígio suficiente para maximizar as chances de sucesso dos pleitos rondonienses junto à administração federal: o coronel-governador Jorge Teixeira e o ex-ministro Amir Lando. O primeiro, como se sabe, não era propriamente um político, mas um gestor competente cuja importância e poder junto ao Planalto derivavam das relações e hierarquias da caserna num regime militarizado. O segundo, não obstante a legitimidade e o reconhecimento das urnas enquanto congressista, chegou a algo equivalente ao assumir o Ministério da Previdência Social, tornando-se o primeiro político rondoniense a elevar-se a tais platitudes.
 
Curiosamente, tal qual o coronel Jorge Teixeira, o ex-senador Amir Lando chegou ao topo por ato de nomeação, demissíveis “ad nutum” portanto, o que já os diferencia de Raupp – que obteve um mandato com prazo determinado. Teixeira, por seu turno, distingui-se de Lando por ter sido encarregado cumprir missão trabalhando especificamente por esta região, emancipando-a como Estado federado. Já o peemedebista, por ter que se ocupar de um setor vital para a União como um todo, não deverá ter tido tempo para tratar das demandas do seu Estado, tendo deixado o Ministério com a popularidade local menor do que antes de assumir o cargo.
 
Pois bem. Eleito 1º vice-presidente de um partido como o PMDB numa conjuntura em que a prioridade da agenda do titular é a vacância em troca de projetos mais elevados, Valdir Raupp certamente deverá deixar Teixeira e Amir Lando no chinelo no que se refere à capacidade e potencialidade de operar política e administrativamente em benefício de Rondônia. Significa que, como Michel Temer (presidente reeleito do PMDB) é o político mais cotado para tornar-se o companheiro de chapa da ministra Dilma Rousseff (pré-candidata do PT à Presidência), antes mesmo de julho chegar Valdir Raupp pode estar catapultado à presidência de um partido como o PMDB.
 
2 – PARTIDO INSÓLITO
 
O leitor com certeza deverá ter reparado na insistência do redator em distinguir a agremiação de que se fala pela utilização da expressão “um partido como o PMDB”. Explica-se: não há, no Brasil e quiçá no planeta, um partido como o PMDB. Nunca, antes, na história deste país (como diria certo Inácio), e possivelmente na crônica universal (acrescentamos nós), existiu um partido político fora do poder que mandasse tanto, que ocupasse tanto espaço no governo, que se espraiasse tanto por tudo quanto é escaninho da administração de um país como este PMDB.

"Pelos registros da nossa história recente, surpreende que o PMDB tenha resistido a tantas pressões de governos ditatoriais, divisões internas, esvaziamento, crescimento, novas divisões e se mantenha como a legenda de maior base no território nacional. É possível explicar. Sofrida, com maus e bons momentos, a história do PMDB é a história do Brasil que continuou pulsando a partir de 1964. Se manteve em movimento, com contradições, abrigou vários tipos de ideologias e tendências políticas, instigou, gestou outros partidos, mas se manteve no centro das discussões durante, na queda e após o regime militar", diz o texto de abertura da história do PMDB feito pela Fundação Ulysses Guimarães. Nada mais correto para explicar as origens do MDB, cujo papel era o de ser apenas opositor, inofensivo ao sistema, e a guinada do PMDB rumo a uma singular estratégia de poder.

A visão de poder do PMDB fez com que o partido abrisse mão de disputar a Presidência há tempos - concorreu em 1989, com Ulysses Guimarães, e em 1994, com Orestes Quércia -, preferindo sempre se fortalecer em Estados, municípios, câmaras de vereadores, legislativos estaduais e nacional. Tem nove governadores e as maiores bancadas nas duas casas do Congresso. Tornou-se a força que dá a garantia da governabilidade a qualquer presidente. E soube cobrar por isso, em qualquer governo. No do PT, por exemplo, domina seis ministérios, estatais no setor de petróleo e energia, comunicações e saúde, além do controle de delegacias regionais nos Estados.
 
3 – VOTO INTELIGENTE
 
Para se ter uma idéia, o PMDB administra hoje um orçamento de mais de R$ 250 bilhões, quase duas vezes o da Argentina (dados do Ipea). De modo que não há exagero algum e muito menos algum tipo gratuidade congratulatória na recepção com que o PMDB rondoniense se preparou para homenagear o senador Valdir Raupp nesta quarta e na quinta-feira. Não bastasse o significado que a proeza representa para os partidários propriamente ditos (os peemedebistas e, não obstante sem filiação partidária, os eleitores fidelizados), o Estado como um todo tem de que se ufanar.
 
Nestas circunstâncias, o que transforma Raupp no político que potencialmente mais pode fazer por Rondônia – mais até do que o futuro governador, seja ele quem for (o que se tentará demonstrar em coluna futura) – é justamente o fato de ter decidido disputar a reeleição. Tivesse projetado retornar ao Palácio Presidente Vargas, por exemplo, mesmo em caso de sucesso, de nada adiantaria ser vice com a perspectiva de chegar à presidência do PMDB. Na hipótese de que seja reeleito, porém, se já não decepcionou como simples senador, tornar-se-á garantia de maximização das possibilidades de sucesso dos pleitos rondonienses junto ao governo federal.
Como mostra sua trajetória, Valdir Raupp encarna bem o político que, na definição de Max Weber, não apenas vive da política, mas, sobretudo, vive para a política. E quem vive para a política, deve transformá-la em mecanismo incondicional na busca de objetivos à vida coletiva. Contemple-se a história de Raupp e o que se constatará são movimentos permanentes nessa direção. Nem sempre bem sucedidos – é bem verdade -, mas jamais destituídos desses propósitos.
 

Razão pela qual, se deixar-se guiar pela inteligência, o eleitor vai procurar, antes de qualquer coisa, assegurar a permanência de Raupp no Senado, dedicando a ele o seu primeiro voto – o da razão. Pelo simples fato de que, até onde a vista alcança, não há outro político em Rondônia que, antes de ser divulgado o resultado da eleição de outubro, possa exibir um potencial de fazer mais por seu Estado do que o novo 1º vice-presidente nacional eleito do PMDB. Isso é fato.

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