O período das chuvas que acarreta todo o estado de Rondônia durante os próximos meses deve proporcionar um grande volume de água acumulada principalmente na cidade de Porto Velho, aliado a falta de cuidado e prevenção dos moradores e governantes transforma a capital do estado em um grande viveiro do mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão da dengue.
A reportagem do Rondoniaovivo visitou alguns dos principais centros de saúde do setor público responsáveis por atender as pessoas infectadas pelo mosquito. No hospital CEMETRON (Centro de Medicina Tropical de Rondônia) a situação estava tranqüila, porém de acordo com a diretora geral do hospital, Edneia Lucas Cordeiro (foto ao lado), os casos de pessoas que chegam ao hospital apresentando sintomas provenientes da dengue praticamente triplicou desde o final do ano passado.
“Os casos onde após a avaliação do paciente temos certeza de que não existe nenhuma forma de risco à sua vida receitamos os medicamentos e mandamos o paciente para casa, porém quando percebemos uma maior gravidade mantemos o mesmo em observação”, disse Edneia Lucas.
De acordo com Edneia apenas uma pessoa faleceu em Porto Velho vitima da dengue hemorrágica.
No hospital infantil Cosme e Damião o fluxo de crianças com dengue aumentou pouco, isso segundo a enfermeira do hospital, Margareth Peirine. No momento em que a equipe de jornalismo foi até o hospital infantil havia 12 crianças internadas por dengue.
“Aqui recebemos crianças de todo o estado e também dos setores ribeirinhos, esse foi um dos motivos que aumentou as internações de crianças com dengue”, disse Margareth Peirine.
Porém em nenhuma das casas de saúde visitadas a situação da epidemia era tão evidente quanto na Policlínica Ana Adelaide. A Policlínica atende serviços de primeiros socorros. Apesar de estar localizada na zona Central de Porto Velho pessoas que buscam atendimento médico no local é de todos os setores da cidade.
A diretora da Policlínica, Carla dos Santos Coelho Silva (foto), informou que por dia o local atende cerca de 400 pacientes e nesses últimos meses 30% são de pessoas que chegam apresentando os sintomas da dengue.
“Apesar do aumento do fluxo de pacientes contaminados, as pessoas podem ficar tranqüilas, temos três escalas por dia para atendermos a todos”, afirmou Carla dos Santos.
Além de toda a preocupação com o atendimento dos pacientes, os órgãos públicos precisam se atentar para o principal motivo de alastramento da dengue em Porto Velho, a falta de prevenção por parte da comunidade. O chefe do núcleo de dengue da SEMUSA (Secretaria Municipal de Saúde), Raimundo Dias Feitosa, disse que o órgão reconhece o crescimento dos casos de dengue na cidade e por esse motivo realiza trabalhos diários de conscientização da comunidade, além de realizar buscas de focos do mosquito.
“Estamos atuando de forma direta nos bairros mais afetados pela dengue como: Castanheira e Aponiã”, concluiu Raimundo Dias.
PREVENÇÃO
O mosquito da dengue se adapta facilmente a qualquer ambiente, por esse motivo é extremamente necessário que a comunidade entre de cabeça no trabalho de prevenção, pois qualquer esforço se torna inútil se a própria comunidade não mudar seus hábitos e evitar acumulo de lixo. Cada morador deve trabalhar como um fiscal, pois existe um ciclo não adianta uma pessoa limpar toda a causa dos possíveis focos de dengue se o vizinho ao lado deixa acumular água e lixo.
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