Até documento forjado tem sido distribuído no bairro da Balsa para criar um clima de angústia entre os moradores e facilitar o surgimento de manifestações contrárias à construção da ponte sobre o rio Madeira naquela área. O documento – uma falsificação grosseira não consegue nem mesmo reproduzir a logomarca do órgão - foi mostrado ontem ao superintendente do DNIT, José Ribamar da Cruz Oliveira, em reunião realizada no Gabinete da Superintendência, a pedido do deputado Mauro Nazif.
Os moradores, liderados pela presidente da associação do bairro, Francisca Queiroz Viana, informaram a Oliveira que são totalmente favoráveis à construção da ponte naquele local, que nunca defenderam a mudança, mas estavam apavorados com a perspectiva de receber apenas R$ 6 mil pelas benfeitorias. Eles explicaram que até podem renunciar às indenizações em dinheiro, desde que sejam construídas novas casas em uma área do outro lado do rio, em uma área da União que já localizaram.
O superintendente esclareceu que o DNIT jamais enviou qualquer comunicado estabelecendo valores: somente foram distribuídas entre os moradores notificações informando sobre a necessidade de utilização da área da faixa de domínio da rodovia, que pertence ao DNIT para a construção dos acessos à ponte. Mas o órgão nem mesmo pode tratar da questão das desapropriações enquanto não for liberada a licitação da obra pelo TCU.
Oliveira disse ainda que ninguém é obrigado a ficar com a casa em risco de desabamento. O DNIT proíbe obras de ampliação ou reforma de caráter claramente especulativo, mas com certeza vai autorizar intervenções de segurança que sejam solicitadas. Mas tranqüilizou a todos, ao assegurar que as indenizações pelas benfeitorias terão valores atualizados pelo preço de mercado em Porto Velho.
E todos poderão, sim, optar pelas novas casas por eles sugeridas, já que a Prefeitura comprometeu-se a colaborar na tarefa. A sugestão tem desde logo o apoio da Superintendência, mas os moradores devem comparecer à audiência pública programada para segunda-feira, dia 05 de outubro, na Assembléia, onde poderão apresentar a proposta.