Agitação de Marina Silva eleva as apostas na sua candidatura à Presidência pelo PV - Por Paulo Queiroz

Agitação de Marina Silva eleva as apostas na sua candidatura à Presidência pelo PV - Por Paulo Queiroz

Agitação de Marina Silva eleva as apostas na sua candidatura à Presidência pelo PV - Por Paulo Queiroz

Foto: Divulgação

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POLÍTICA EM TRÊS TEMPOS
 
1 – MARINA NO PV
 
Agosto não terminará sem uma resposta da senadora Marina Silva (PT-AC) ao Partido Verde (PV), agremiação que lhe abriu as portas oferecendo-lhe explicitamente a garantia de que, a depender inteiramente da sua vontade, será dela a candidatura da legenda à Presidência da República no ano que vem. Depois de assegurar, na terça-feira (11), que não pretende “prolongar este processo” por respeito ao PT, ao PV e a ela mesma, mais do que insinuando uma manifestação sobre o assunto a qualquer momento, a ex-ministra fez outras declarações que levaram os analistas a concluir que passam dos 90 por cento as probabilidades de o mês terminar com o debate sobre a sucessão presidencial aquecido com mais uma postulação e tanto ao Palácio do Planalto.
 
Na verdade, apenas o respeito à imponderabilidade impede os observadores políticos de darem como favas contadas o “sim” de Marina ao convite do PV, porquanto todos os seus movimentos e atitudes depois disso têm sido absolutamente convergentes no sentido de uma aceitação. Dentre os mais significativos desses passos, destacam-se os registrados do final da semana passada para cá, quando esteve em Rio Branco (AC) para uma consulta à família e aos companheiros do início de jornada, em Salvador (BA) no começo desta semana para conversas com o governador Jacques Wagner (PT) e com o presidente da BR Distribuidora José Eduardo Dutra, em Brasília (DF) para reunião matinal com o presidente do PT Ricardo Berzoini e, depois, com o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ),um dos principais interlocutores da senadora na operação da troca de legenda.
 
De todos esses encontros a ex-ministra saiu fazendo declarações que, embora não conclusivas, mais fecham do que deixam a questão em aberto. No Acre, por exemplo, disse que os companheiros do PT não precisariam acompanhá-la. Quer dizer, para algum lugar ela admite que vai e, num movimento para lá de diplomático, reconhece e torna público que muitos correligionários há cujo constrangimento os impediriam de seguir-lhes ostensivamente as pegadas. 
 
2 – CONSULTAS VÁRIAS
 
Na Bahia, o que se ouviu dos seus interlocutores foi que “será um desfalque muito grande” – numa clara indicação de que, na mais risonha das hipóteses, não se conseguiu demovê-la de, pelo menos, continuar pensando sobre o assunto. Não foi diferente a reunião com Berzoini, que saiu do gabinete da senadora sem manifestar qualquer esperança de mantê-la no partido.
 
Para os jornalistas que participaram da entrevista de terça-feira, segundo escreveram, ficou claro que ela pretende mesmo disputar a sucessão de Luiz Inácio Lula da Silva. Conforme relataram, indagada se não tinha medo de perder o mandato de senadora, caso mude para o PV, e o PT exigir a vaga para o partido, foi firme e categórica na resposta: "Quando falo de algo da magnitude do que estou fazendo, não seria o medo da perda do mandato que me faria desistir do que acredito e do que defendo".
 
Outro indicativo da sua disposição estaria na resposta que ela deu à Dilma Rousseff, pré-candidata a presidente pelo PT: "Fiquei sabendo que ela fez um apelo e disse que me entende. Afinal, ela saiu do PDT para ir para o PT e sabe como é isso." Se para o bom entendedor meia palavra basta, aí há mais do que sentenças inteiras sem fazer questão alguma de que se lhes possam perceber um significado porventura criptografado.
 
Não bastassem tantos indicativos, acarta aberta encaminhada à ex-ministra pela bancada do PT no Senado, antes de se prestar para a finalidade anunciada – a de fazer um apelo para que permaneça na legenda – tem mais é um tom de despedida. "Desejamos sinceramente que a nossa querida companheira permaneça no Partido dos Trabalhadores, sua casa política, e prossiga nessa trajetória coletiva que já conquistou tanto, mas que tem tanto ainda para conquistar. Mas, qualquer que seja a sua decisão, seu vínculo com o PT jamais se quebrará. Sempre será assim, esteja onde ela estiver. E, esteja onde ela estiver, terá nosso carinho, nossa admiração, nossa história comum", diz a carta.
 
3 – CHANCES REAIS
 
Cairá do cavalo quem imaginar que, pelo fato de a notícia ter escalado as manchetes de uma hora para outra, o projeto tenha nascido com a marca da improvisação. Longe disso. O assédio do PV à petista vem dos tempos em que ela começou a enfrentar as primeiras pressões irresistíveis do governo Lula para transigir enquanto titular do Ministério do Meio Ambiente em nome do “espetáculo do crescimento”. Tomou forma de convite para trocar de partido ainda em meio aos embates internos da administração federal no que diz respeito às urgências do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).
 
Apontada dentro do governo como responsável pelos atrasos das licenças ambientais para construção das usinas do Madeira e pressionada a alterar um pacote de "arrocho ambiental" imposto a produtores rurais, não bastasse preterida no comando do Plano Amazônia Sustentável em favor do então ministro Mangabeira Unger, preferiu voltar ao Senado. Daí em diante, não teve afagos de Lula e trombou com o PT em temas controversos, como a recente lei de regularização fundiária na Amazônia.
 
Nesse clima, uma pesquisa encomendada pelo PV deu novo fôlego às negociações internas para uma eventual candidatura à Presidência em 2010. A sondagem mostrou que a ex-ministra teria, a depender dos cenários e dos demais candidatos ao cargo, entre 10% e 14% das intenções de voto. A rejeição ao nome de Marina, na pior hipótese tabulada, ficaria abaixo de 8%, apontou a pesquisa, realizada há 20 dias.
 
A análise aprofundada mostrou que a candidatura de Marina pelo PV tem "chances reais e competitivas de ganhar eleição". Na estratégia do PV, reforçaria um apelo ambientalista e poderia levar as eleições ao segundo turno. A senadora é identificada como "defensora da natureza", de "questões ambientais de extrema importância no longo prazo", e representaria uma "mudança nas práticas políticas", segundo a análise qualitativa.
 
A boa imagem de Marina em temas ambientais destoa da opinião dos eleitores em relação aos dois principais candidatos ao Palácio do Planalto. A ministra Dilma Rousseff aparece, segundo a pesquisa, como uma alternativa "reativa" e "desenvolvimentista atrasada". O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), é identificado à defesa "elitista da indústria paulista", apontou o levantamento.
 
As conversas com Marina prosseguem, mas parte dos dirigentes tem pressa, argumentando que não se pode ficar nesse chove-não-molha até a última hora. Na avaliação geral, o início de setembro seria uma boa data para resolver a questão. Pela Lei Eleitoral, Marina teria até 03 de outubro para mudar de partido. Mas os dirigentes do PV já estão preocupados com a reação do PT, aliado histórico dos verdes. Prevêem que os petistas vêm para cima com tudo e estão dispostos a segurar a pressão deixando Marina fora da briga. A ver.
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