Produto é feito de pneus usados e resíduos diversos
Anualmente, são jogados na natureza 14,9 milhões de pneus que não foram destinados à reciclagem ou recauchutagem. Se considerada toda a produção da indústria de pneus no país, desde sua instalação no final da década de 1930 até hoje, a estimativa é de que pelo menos 100 milhões de unidades estejam espalhados no meio ambiente. Os números integram um estudo recente feito pelos alunos da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo e revelam o quanto iniciativas de reaproveitamento desse material são importantes, especialmente se considerarmos que um pneu leva cerca de 600 anos para se decompor na natureza.
Por isso, por seu apelo estético, funcionalidade e beleza, o pufe ecológico da Amazônia chama atenção em todos os eventos onde é apresentado. Foi assim durante a Feira do Empreendedor de Mato Grosso, realizada de 5 a 9 de agosto no Centro de Eventos do Pantanal. A empreendedora social Izabel Cristina da Silva, autora da idéia e técnica da Secretaria de Desenvolvimento Ambiental do Estado de Rondônia, onde atua na área de Educação Ambiental, participou do evento fazendo demonstrações e oficinas para pessoas interessadas em aprender a fabricar o produto. Ela ressalta que, além da preocupação com o meio ambiente, esta é uma iniciativa social que abrange aspectos de saúde pública - na medida em que o pneu é um foco potencial para a difusão da dengue - de inclusão social e geração de emprego e renda.
O Pufe Ecológico já foi apresentado na Feira Internacional da Amazônia em Manaus, Feira das Américas, no Rio de Janeiro, que reuniu operadores de turismo de vários países, no Senado Federal e no Maior São João do Mundo, realizado em Campina Grande (PB). Além dos pneus, são utilizados na fabricação dos pufes resíduos de madeira de madeireiras e da indústria moveleira, fibras, cascas, folhas, sementes e outros materiais que seriam descartados, alguns deles inclusive queimados. A Feira do Empreendedor de Mato Grosso é um evento organizado pelo Sebrae, Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme), Banco do Brasil e Governo Federal, com apoio de uma rede de parceiros.