Lideranças indígenas apontam deficiência no atendimento da Funasa junto às aldeias

Lideranças indígenas apontam deficiência no atendimento da Funasa junto às aldeias

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Foto: Divulgação

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Muitas reclamações estão sendo feitas em relação ao precário atendimento à saúde dos índios por parte da Funasa, denunciou nesta semana o coordenador do Conselho dos Povos Indígenas, Marcelo Cinta Larga. O líder dos índios da Reserva Roosevelt estava acompanhado pelo cacique Luiz Carlos Apurinã que confirmou as denuncias. Segundo Marcelo, ele e o líder Apurinã Luiz Carlos foram até Vilhena para participarem do encontro de lideranças com as autoridades da Funasa para discutir os problemas da saúde indígena. Disposto a falar dos problemas na área de saúde que hoje os índios estão enfrentando, Marcelo Cinta Larga foi para o encontro disposto a levantar essa questão.
 
“A falta de transporte para o trabalho de prevenção e deslocamento dos doentes é uma das graves deficiências na assistência à saúde indígena em nossa região”. Afirmou Marcelo Cinta Larga.
 
A tentativa de reivindicar melhorias para os índios Cinta Larga foi frustrada pela intolerância de alguns lideres e também de pessoas da própria Funasa que durante os dois dias de encontro não deram oportunidade para o líder Cinta Larga explicar sua participação no encontro. Na ocasião o coordenador dos povos Cinta Larga foi impossibilitado de falar sobre os problemas enfrentados nas aldeias. Aborrecido Marcelo e Luiz Carlos se retiraram da reunião. No inicio desta semana o coordenador do conselho dos povos Cinta Larga em visita a Espigão do Oeste falou com o jornalista Luizinho Carvalho.  Marcelo afirmou que a situação dos Cinta-Larga continua muito ruim. Após terem desocupado a área do garimpo cumprindo um acordo com as autoridades, se dizem abandonados pelo poder público, especialmente pela Funai, a quem compete ampará-los e também pela Funasa na questão da saúde.
 
Marcelo Cinta Larga citou que a falta de empenho por parte da Funasa na questão da saúde indígena está causando muitos problemas para o povo da floresta, segundo ele, nas aldeias os postos de saúde só tem os medicamentos básicos, se alguém precisar de um remédio especifico ele não é encontrado. As aldeias não têm como fazer a manutenção dos agentes de saúde para o acompanhamento principalmente das crianças e jovens. Outra reclamação de Marcelo é na questão do tratamento de água nas aldeias que não existe. “Os poços estão todos contaminados, não tem água boa para o índio beber, com isso acontece muita doença, mais ainda nas crianças”.
 
Ao falar da reunião acontecida em Vilhena, Marcelo reclamou do autoritarismo de algumas lideranças Cinta Larga que não deram voz as suas denuncias, mas que não cobram da Funasa esse atendimento para com os índios. Esta havendo um abandono e desprezo por parte da Funasa, que diz estar tudo bem, mas que na realidade esta fazendo pouco caso dos Cinta Larga.
 
“Ao invés de resolver os problemas de saúde enfrentados nas aldeias, está dificultando a situação, mostrando estatísticas que não condiz com a nossa realidade, isso nós queremos que a sociedade fique sabendo”. Desabafou o coordenador do conselho dos povos indígenas que confirmou ter se retirado do encontro em Vilhena por não ter a oportunidade como líder indígena de questionar todos esses problemas junto aos representantes da Funasa.
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