O enfermeiro Sid Orleans voltou à Coordenadoria de Assistência Médica do Ipam (Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores Públicos do Município de Porto Velho), cargo que ocupou no primeiro mandato do prefeito Roberto Sobrinho (PT). Antes de Orleans, contudo, a Coordenadoria era comandada por uma servidora pertencente ao quadro da instituição. Até que a moça vinha realizando um bom trabalho, mas, ao contrário de Orleans, não pertence às fileiras do Partido dos Trabalhadores.
Depois do Ipam, Orlenas foi para a Secretaria Municipal de Saúde (SEMUSA), substituir o médico Silas Rosas, que, há quem diga, já andava com a paciência saturada com os problemas inerentes à pasta.
A administração de Orleans foi marcada por um misto de decepção e angustia. Encurralado por críticas e acusações, que explodiam de todos os lados, chegou a ser convocado pela Câmara para prestar esclarecimentos, dentre outras coisas, sobre o possível pagamento irregular de diárias com dinheiro do SUS (Sistema Único de Saúde), mas não convenceu. Deixou o plenário com a credibilidade carbonizada.
Até hoje, servidores da SEMUSA estão esperando a implantação do Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos, que ele teria prometido durante a campanha para vereador. Agora, parece que a proposta vai sair do papel, graças à interferência da vereadora Ellis Regina, que resolveu chamar a si a responsabilidade. Em meados do mês passado, Ellis reuniu-se com funcionários da secretária, no anexo do Plenário da Câmara, para tratar do assunto.
Orleans é um veterano em disputas municipais. Já concorreu três vezes à vereança. Perdeu todas, sempre ficando na rabeira. Dessa vez, porém, contou com a comiseração de seu companheiro Sobrinho, que lhe arranjou uma boquinha no Ipam.
À semelhança do presidente Lula (que acomodou na Esplanada dos Ministérios os derrotados Tasso Genro, Marta Suplicy e Olívio Dutra, dentre outras estrelas opacas do PT), Sobrinho não costuma jogar ao mar companheiros escalpelados nas urnas, nem aliados acusados de praticar possíveis irregularidades. Orleans e Jair são exemplos disso, respectivamente. Mas há outros.
De Orleans, pode-se dizer muita coisa, menos que não seja uma alma extremamente caridosa para com os que o cercam. E de caridade ele já mostrou que entende como poucos. Logo que assumiu a Coordenadoria, na primeira administração Sobrinho, autorizou uma cirurgia de conjuntiva (membrana mucosa, presente nos olhos dos vertebrados, que reveste a parte interna da pálpebra e a superfície exposta da esclera, ou seja, o branco do olho, segundo a Enciclopédia Livre Wikipédia) para o motorista da vice-prefeita “Eu e Roberto”. Hoje, “Eu e Cassol”. Só não se sabe até quando.
Até aí nada de mais, exceto pelo fato de a legislação do Ipam exigir dos ocupantes de cargos comissionados, funções de confiança e agentes políticos um prazo de carência de, no mínimo, seis meses de contribuição, para os casos de internação, cirurgia e exames de maior complexidade. E o cidadão estava no cargo há cinco meses apenas, segundo informações. Queira Deus Orleans não coloque os pés pelas mãos, estragando, assim, o segundo prêmio de consolação que lhe foi dado pelo seu “companheiro” Sobrinho.