ARTIGO - O DNIT e as suas trapalhadas nas passarelas - Professor Nazareno*

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Foto: Divulgação

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    Para muita gente que não sabe, DNIT significa Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes. É um órgão do Governo Federal ligado ao Ministério dos Transportes e tem atuação em todas as unidades da Federação. No Estado de Rondônia (e Acre) tem como superintendente o senhor José Ribamar da Cruz Oliveira e é um órgão responsável pela manutenção e conservação das esburacadas rodovias federais nos dois estados. Em Porto Velho, por exemplo, está ligado à duplicação da BR - 364 no trecho que vai do Candeias até a Unir, saída para Rio Branco, quase, no quilômetro 12, próximo à Vila Princesa, o lixão da nossa capital. E como o prefeito paulista Roberto Sobrinho presenteou o Governo Federal com duas das mais importantes avenidas da cidade, em tese, o DNIT também deve se intrometer nos destinos das avenidas Jorge Teixeira e Imigrantes, localizadas em pleno centro da cidade. Perigo maior ainda.

    Porém a atuação deste órgão em nossa cidade não tem sido das melhores. Talvez imitando o tradicional “jeito PT de governar”, o DNIT até agora só se meteu em trapalhadas homéricas quando tentou mostrar serviço aos cidadãos de Porto Velho. Os sábios deste órgão 'azucrinaram' a vida dos estudantes da FARO quando impuseram um retorno absurdo na entrada desta faculdade particular. Quase quatro quilômetros a mais os alunos têm de fazer quando se dirigem do centro da cidade até a escola. Os motoristas que trafegam na avenida rio Madeira com destino à Zona Sul da cidade tiveram a sua rotina transformada em um inferno, pois foram impedidos de cruzar a BR e 'ganharam' do órgão um acréscimo de uns três quilômetros. Se não quiserem, têm a opção de entrar na rodovia pelo congestionado Trevo do Roque: mais uns cinco quilômetros. Haja gasto de combustível e tempo.

    A empresa, de nome bisonho, responsável pela duplicação da rodovia no trecho acima citado, a CAMTER, quase não conclui a obra. Ano passado, depois de vários trechos inacabados e duas pontes ligando o nada a coisa alguma, e finalmente com a intermediação de alguns políticos, a obra foi retomada. Óbvio que faltaram verbas, fora a desculpa de então para tanto tempo de paralisação. Desta vez para a conclusão seria preciso fazer algumas passarelas. E era exatamente nesta obra, as passarelas, onde residia o maior perigo. Uma foi construída na cidade do Candeias e as outras duas já no perímetro urbano da capital: uma em frente à FARO e a outra entre os bairros Tucumanzal e São João Batista na saída sul da nossa capital. Não deu outra: enquanto esta passarela está toda torta, aquela desabou matando um operário. Resultado: as três obras da CAMTER foram demolidas como se o dinheiro público desse em árvores.

    Além do mais, os técnicos do DNIT e da CAMTER certamente isolaram o bairro São João Batista como se lá não morassem cidadãos que pagam impostos. Imagine-se um morador do citado bairro que tem um carro, e precise, numa emergência, ir ao Hospital João Paulo Segundo ou para a Unir. Terá que voltar ao Trevo do Roque, contorná-lo e seguir viagem, passando, de novo, ao lado do seu bairro e pegando o Trevo da Campos Sales. Um absurdo se não fossem os quase cinco quilômetros a mais que será obrigado a fazer. Nenhum comentário se o mesmo cidadão precisar ir, de carro, ao vizinho bairro Tucumanzal. “São bairros de pessoas pobres e sem nenhum recurso”, devem ter pensado os autores desta façanha inacreditável: em pleno século vinte e um isolar cidadãos, humildes que sejam, ou criar dificuldades para a sua locomoção. Nada anormal, pois na cidade de Roberto Sobrinho os retornos das ruas são quase inexistentes e talvez por isso entre os dois trevos o DNIT não deu ao cidadão esta possibilidade.


     Em Minas Gerais, o ano passado, um representante regional do DNIT foi preso por causa de uma estrada mal conservada entre Uberlândia e Patrocínio. Se esta moda pegasse por aqui, crimes de responsabilidades certamente seriam coisa normal e qualquer órgão ligado ao Estado teria mais zelo e cuidado com a coisa pública. Da Presidência da República até a mais humilde repartição deste país o lema deveria ser trabalhar para facilitar a vida do cidadão que paga a maior carga tributária do mundo e com ela sustenta a máquina pública. Esta mesma máquina que em Porto Velho cria dificuldades de locomoção para motoristas e pedestres. E que ninguém se iluda: essa maldita estrutura que construiu 'as passarelas descartáveis' poderá também construir os complexos de viadutos que a classe política já está anunciando. Quantas mortes, e privações, ainda serão necessárias para que a população reaja e compreenda que o objetivo de qualquer obra bancada com o dinheiro público deve ser para o benefício de quem paga a conta?

* É professor em Porto Velho (profnazareno@hotmail.com)

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