Pimentel assume pasta onde quanto mais o serviço melhora mais aumenta a reclamação - Por Paullo Queiroz

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Pimentel assume pasta onde quanto mais o serviço melhora mais aumenta a reclamação - Por Paullo Queiroz

Foto: Divulgação

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1 – WILLIAMES PIMENTEL
 
Na Bahia, um prefeito – Nelson Portela (PT), de Maracás (367 km de Salvador) – entrou de férias quatro dias após assumir o mandato e, por causa disso, foi notícia em todos os jornais do país (o jornal “Folha de S. Paulo” publicou a notícia, a agência do grupo a distribuiu aos assinantes e o portal associado – UOL – se encarregou de terminar de celebrizar o mandatário). Para conferir, é só digitar o nome do prefeito, o do município e a palavra “férias” em qualquer mecanismo de busca da Internet para se assustar com a quantidade de ocorrências. Pois bem. Por aqui, o prefeito Roberto Sobrinho (PT) saiu de férias depois de menos de 12 horas de ser empossado – a cerimônia ocorreu por volta das 11h do dia 1º e já à noite ele embarcava com a família – e permaneceu no anonimato.
 
Se considerarmos que Maracás tem pouco mais de 30 mil habitantes e que a população de Porto Velho anda lambendo as 400 mil almas, não bastasse ser uma Capital, a discrepância reverbarativa entre as duas ocorrências torna-se ainda mais injustificada, porquanto, normalmente, a repercussão de ocorrências da mesma natureza é diretamente proporcional ao inusitado do fato (férias depois de 12h contra quatro dias) e à importância da comunidade (capital de um Estado contra, com todo respeito, uma biboca baiana onde Judas perdeu as botas). Muita diferença faz, por exemplo, um presidente dos EUA se esquivar de uma sapatada e seu equivalente do Burundi no mesmo contexto – que pode até ser atingido por outro projétil bem mais esquisito que o mundo não vai estar nem aí. Pois bem.
 
Significa, leitor, que o prefeito porto-velhense, além de ter caprichado na depuração de uma equipe afinada (entre si, com ele e com os munícipes) e confiável (idem), ganhou definitivamente o apoio e a confiança da população (o que a reeleição no primeiro turno já evidenciara), a ponto de encarar como a coisa mais normal do mundo um funcionário público sair de férias poucas horas depois de assumir o cargo. Mas não é.
 
2 – FÉRIAS POLÊMICAS
 
Tanto não é que as férias do dirigente maracaense andaram dando mais do que pano para as mangas. Consultados, os especialistas esclareceram que, não obstante os prefeitos terem direito às férias regulamentares, podendo até escolher à época que lhes aprouver para gozá-las, estas só podem ser iniciadas após 12 meses da gestão. Não importa se esta é decorrente de reeleição. Este foi também o argumento do alcaide baiano, igualmente reeleito. A reeleição, no entanto, não é a continuidade do cargo exercido anteriormente, mas uma renovação de mandato em que, perante a lei, tudo se inicia do zero. Tanto é que, sem uma nova posse, o reeleito perde o mandato. Enfim, dá caroço para angu nenhum botar defeito (em Maracás, um advogado – José Correia Filho- andou cogitando processar Portela por improbidade administrativa).
 
E olha aí a diferença. O repouso do prefeito baiano só foi notícia porque a população de Maracás, por intermédio de algumas das suas lideranças, botou a boca no trombone. Aqui, como se por uma osmose consuetudinária coletiva, nem a oposição mais figadal reclamou, pelo menos de público. Entre as várias hipóteses que se pode levantar para explicar o fenômeno, a que parece mais óbvia é a sintonia que, pelo volume, natureza e qualidade do seu trabalho, Roberto Sobrinho parece ter conseguido estabelecer entre sua administração e as expectativas da população.
 
Se assim o for, nesta sexta-feira (30) o prefeito porto-velhense terá dado mais um grande passo na direção da afinação dessa sintonia ao empossar o advogado Williames Pimentel no cargo de titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa). Ou seja, se a equipe já não desmerecia a confiança do eleitorado no prefeito Roberto Sobrinho, com a entrada de Pimentel a administração como um todo ganha em densidade técnica e política – e fica difícil saber o quanto mais de cada área. E olhe que não será nem um pouco fácil para o novo secretário, porquanto os desafios que se lhe apresentam são de ordens distintas.
 
3 – DUPLO DESAFIO
 
Primeiro tem as imensas dificuldades características da pasta, com toda certeza, uma das mais complicadas – se não a mais – da administração pública. Quem imaginar que um dia se conseguirá atender as demandas do setor público de saúde pode tirar o cavalo da chuva. No sistema capitalista, então, é um pavor. Na medida em que se melhora o sistema, mais pessoas com acesso à medicina privada migram para o atendimento público e este nunca dá conta da procura. Pior: como a nova clientela é mais exigente e tem mais poder de pressão, as reclamações tendem, além de aumentar, a repercutir com mais estridência, porquanto ao menor impasse a classe média corre aos jornais.
 
Na própria solenidade de posse Sobrinho lembrou que, quando inventou de anunciar as primeiras melhorias, a população congestionou o sistema. Outro dado: na medida em que os serviços foram sendo ampliados e melhorados, o atendimento na Capital passou dos cerca 300 mil para 800 mil sem que a população aumentasse nem de longe na mesma proporção. Ou seja, quanto mais o serviço melhora, mais gente o procura. E por aí vai, como se fosse um saco sem fundo.
 
Depois, o novo secretário terá de, se não superar, pelo menos igualar o extraordinário trabalho desenvolvido por Silas Rosa, depois Sid Orleans e nos últimos 10 meses porGivanilde Nogueira. Não obstante os persistentes pontos de estrangulamento, foram enormes os avanços por eles conseguidos, impossíveis de enumerar na exigüidade desse espaço.
 
Quem conhece Pimentel, no entanto, sabe que, com a valiosa experiência que acumulou, ele dará conta do recado. Ao contrário do governador Ivo Cassol, porém, sua competência não é um dom, conquanto não dispense a ajuda de Deus. Ela, sua capacidade para administrar o setor de saúde, é decorrente de longo e penoso aprendizado, que remonta aos tempos em que segurou a barra da Fundação Ronaldo Aragão. De lá para cá, fez por merecer todos os cargos que ocupou, nos mais recentes dos quais recebeu do ministro José Gomes Temporão, da Saúde, menções públicas pelos trabalhos que desenvolveu à frente do projetos como o Vigisus II e no Departamento de Administração Funasa. Peemedebista desde sempre - o que chancela sua lealdade - não há sinuosidades da política local capazes de lhe embaraçar. Sem dúvida, uma grande aquisição de Sobrinho para a equipe.
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