A revelação de que recursos do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Escola (FUNDEB) teriam sido desviados, por meio da Secretaria Municipal de Administração (SEMAD), “para pagamento de horas extras a aliados políticos da secretária de educação e vereadora diplomada Epifânia Barbosa”, como noticiou o site RONDONIAOVIVO, retrata, em preto e branco, cenas cada vez mais degradantes da catástrofe moral em que vivemos.
É, no mínimo, estranho que episódio dessa natureza esteja acontecendo numa administração considerada pelos áulicos como inflexível com eventuais desvios de conduta. Verdade ou não, de concreto, mesmo, é que a Polícia Federal está investigando o caso.
A cada ano, o Brasil perde bilhões de reais, desviados pelo duto da corrupção. A cada dia, porém, pipoca uma maracutaia. No final do ano, são trezentos e sessenta marmeladas. Se somarmos a estes os escândalos que não chegam ao conhecimento da opinião pública, certamente, teremos uma cifra aterrorizante. Pior do que a corrupção, contudo, é saber que seus mentores e beneficiados raramente são punidos.
Parece que chegamos àquela situação, descrita por Ruy Barbosa, segundo o qual “A virtude envergonha os que a praticam, enquanto os criminosos escarnecem dos outros, tranqüilos na impunidade protetora”.
A impunidade reinante nos escalões administrativos, aqui e alhures, tem servido de estimulo à repetição de práticas delituosas, envolvendo o suado dinheiro do contribuinte.
Houvesse, antes os fatos apontados, que conduzem prejuízos ao erário, o acionamento de providências severas, com a efetivação de punições drásticas àqueles que não souberam dignificar a confiança dos postos para os quais foram designados, a situação seria completamente diferente.
Corruptos e corruptores continuariam existindo, mas, com certeza, em número bem menos volumoso, pois muitos pretendentes a malfeitores pensariam duas vezes antes de meterem as mãos sujas naquilo que se lhes não pertence.
O prefeito Roberto Sobrinho precisa debruçar-se sobre mais essa denúncia envolvendo sua administração, imediatamente, sob pena de iniciar seu segundo mandato marcado por episódio que em nada se coaduna o discurso moralizador apregoado pelo seu partido. Alguém precisa dizer onde está o dinheiro do FUNDEB.