O primeiro foco de ferrugem asiática de Rondônia, na safra 2008/09, foi confirmado no dia 08 de dezembro, em Vilhena, município localizado no Cone Sul do estado. A confirmação foi feita por meio de análise realizada no laboratório do Campo Experimental da Embrapa Rondônia em Vilhena, instalado em parceria com a Embrapa Soja, ambas integrantes do Consórcio Antiferrugem. No Estado, além do laboratório no da Embrapa no Campo Experimental de Vilhena também são credenciadas a RuralSul e a Faculdade da Amazônia, localizadas naquele município.
O foco foi detectado em uma área de plantio comercial, em folhas de plantas da cultivar BRSMT Pintado entre os estádios de desenvolvimento R3 e R4, com vagens de até 1,5 cm.
Segundo o pesquisador da Embrapa Soja, Rodrigo Luis Brogin, a ferrugem da soja é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, cujos esporos se disseminam facilmente pelo vento, atingindo grandes distâncias. Portanto, a partir da identificação deste foco na principal região produtora do Estado, o produtor deve intensificar o monitoramento em suas lavouras buscando identificar a presença da doença nos estádios iniciais de infecção, para que seu controle com fungicidas seja realizado no momento correto.
Recomenda-se o monitoramento constante a campo mesmo antes do primeiro foco, desde a emergência, observando a face inferior de folhas coletadas na parte de baixo da planta, contra a luz do sol. Uma lupa de bolso é usada para ampliar as pontuações escuras, geralmente menores que 2 mm e buscar as pequenas bolhas que são as estruturas reprodutivas da ferrugem asiática da soja. A confirmação é feita sob lupa ou microscópio.
O diagnóstico no campo exige pessoal bem treinado e com excelente visão, como explica o José Cláudio Alves, supervisor do Campo Experimental da Embrapa Rondônia em Vilhena. Porém, mesmo com treinamento, salienta a pesquisadora Marley Utumi, a folha pode não estar com sintoma característico, então deve-se colocá-la em saco plástico, soprar um pouco de ar, fazendo um pequeno balão e colocar um pedaço de papel ou algodão umedecido para manter a umidade. Deixar o saco fechado em local fresco à temperatura ambiente de 12 a 24 horas. Neste período o fungo produz mais uredosporos e torna-se mais visível.
O custo de controle da ferrugem no Estado é de aproximadamente 47,5 dólares por hectare, diz o pesquisador da Embrapa Rondônia, Vicente Godinho.
Consórcio Antiferrugem
O Consórcio é mais um feliz exemplo da força da agricultura brasileira, com a parceria de instituições públicas e privadas, onde há união dos esforços de especialistas das mais variadas regiões do País e do Mercosul que atuam em conjunto na orientação da correta identificação da ferrugem asiática, práticas de manejo e do seu controle. Além disso, o seu site (http://www.consorcioantiferrugem.net) é bastante amigável, muito instrutivo, atual e deveria ser observado e utilizado tanto por sojicultores, como por estudantes e técnicos da área, pois apresenta os mapas de dispersão, os laboratórios participantes e principalmente informações técnicas, que com certeza auxiliam grandemente o cuidado com essa doença agressiva que ocorre nas plantações brasileiras de soja.
Sistema de Alerta
O Sistema de Alerta Embrapa, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, é uma rede de comunicação gerenciada pela Embrapa Soja que se destina a informar a assistência técnica pública e privada sobre problemas detectados durante a safra, orientar quanto a possíveis soluções e captar, entre os agentes de transferência, informações sobre o desempenho da safra nas várias regiões produtoras. Produtores de diferentes localidades do território brasileiro podem se inscrever para receber gratuitamente o sistema de alerta por correio eletrônico ou visitar a página na internet www.cnpso.embrapa.br/alerta.