Mesmo se se considerar acontecimentos conhecidos de corrupção, malversação de recursos públicos e prática de ilícitos os mais variados, chega às raias do absurdo o que tem sido trazido a público no âmbito da Assembléia Legislativa de Rondônia.
Comparadas com ocorrências anteriores, igualmente condenáveis, as que hoje comprometem de morte a imagem daquela Casa introduzem aspectos inimagináveis há apenas alguns poucos meses.
Ainda estão na memória dos rondonienses, os escândalos das passagens áreas, da folha de pagamento paralela e da contratação de servidores fantasmas, cancros que marcaram a administração passada.
Somem-se a isso a concessão de cotas de combustível e passagens aéreas, o auxilio moradia e a prática do nepotismo, máculas atuais.
Revoltado, o deputado Alex Testoni resolveu jogar tudo no ventilador. E o fez, acredita-se, com a responsabilidade do cargo que ocupa e a consciência de quem conhece o terreno onde pisa.
Segundo ele, colegas de parlamento estariam querendo meter a mão no dinheiro da Casa. Trocando em miúdo: “roubar”!
Logo, não faltou quem tentasse desqualificar o denunciante e o conteúdo bombástico da denúncia. Houve, inclusive, quem o chamasse de louco.
A expectativa geral é a de que, nesta quinta-feira, (20), Testoni apresente provas irrefutáveis do que afirmara durante entrevista a uma emissora de rádio da capital. Caso contrário, sua credibilidade será lançada na lata do lixo.
Do presidente Neodi de Oliveira, o cidadão que prometeu mudar o modus operandi da Assembléia Legislativa, espera-se que vá além dos discursos moralizadores. Deixar-se impregnar pela cantilena do politiquismo, seria atirar no próprio pé.
Ele precisa examinar atentamente o que ocorre ao seu redor, para não correr o risco de cometer injustiças e, consequentemente, cair na vala comum.
A sociedade não está interessada em pendengas paróquias ou pessoais de quem quer que seja. Ela exige, hoje, dos que ali têm assento, honestidade, responsabilidade, seriedade e transparência no trato dos recursos públicos, além, é claro, do debate sadio e construtivo dos problemas que os aflige.
A demagogia cabotina insiste em criar clima de confronto, tão ao gosto dos incompetentes, simplesmente para desviar a atenção dos incautos. Por isso, entrega-se à tarefa sórdida de dificultar o êxito dos bons administradores.
Mas a sociedade está vigilante. Assim, também, deve permanecer o cidadão que presidente a ALE. Já não lhe basta saber que comanda uma Casa de Leis considerada dispensável na opinião de expressiva parcela da sociedade?