A quantidade de focos de incêndios no Brasil ainda vai aumentar. O mês de setembro é considerado como o mais crítico em números de queimadas e conseqüentemente, em emissão de gases poluentes na atmosfera.
Os números de focos de queimadas computados durante o mês de agosto em todo o Brasil, pelo grupo de Monitoramento de Queimadas do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) de São José dos Campos-SP, através de onze satélites, não geram nenhuma ação de comemoração, muito menos de propaganda de vitória dos governos. Pelo contrário, embora na totalidade a quantidade seja de apenas 5432 focos de queimadas abaixo do mesmo período registrado no ano passado, em todo o País, a distribuição territorial aumentou com relação a agosto de 2006. O fogo avançou para áreas como o centro-leste do Maranhão, sul do Piauí e oeste da Bahia, ditando que a fronteira agrícola segue firme e forte nos extremos da então chamada “faixa de produtividade” do Brasil. No sudoeste do Pará, norte de Mato Grosso e noroeste de Rondônia, a quantidade de queimadas continua no mesmo ritmo acelerado de destruição. No total, em todo o País foram detectados pelos satélites 20376 focos, contra 25808 registrados em agosto de 2006.
Situação em Rondônia
O ritmo do desenvolvimento em Rondônia está tomando outras posições que geram preocupação. Enquanto em agosto do ano passado, o maior número de focos de queimadas ficou concentrado apenas na região de Buritis, o município rondoniense mais devastado na atualidade, em agosto desse ano, o fogo se dispersou largamente pelo interior atingindo reservas florestais e áreas de preservação ambiental, fato totalmente desconhecido pelas autoridades locais, que adoram se aparecer na imprensa ditando que medidas cabíveis estão sendo tomadas. Sim, claro, tantas medidas foram tomadas, que Rondônia fechou agosto com mais de 1500 focos de queimadas e o governo ainda tem a cara de pau em ditar que estão controlando o ritmo desordenado de desmatamento ilegal no Estado. Um fato até interessante, pois, quem rege pelo controle e fiscalização dos crimes ambientais em Rondônia, como SEDAM (Secretaria de Desenvolvimento Ambiental) e IBAMA, também rege o fator desenvolvimento, enriquecimento local.
O governo está lá preocupado com queimadas no Estado coisa alguma, se tivesse teria junto aos seus parlamentares, medidas concretas e eficazes contra esse crime que ano após ano se repete em Rondônia. Lembra do exemplo no vizinho Estado do Acre, que entrou em colapso ano passado em virtude dos incêndios e da intensa fumaça? Pois é, lá os deputados existem. Fizeram duras leis, com duras penas para o cidadão que colocasse fogo fora de época e agora você já viu o resultado? Uma diminuição de 90% no número de queimadas.
Será que em Rondônia, caso os deputados existissem de verdade, medidas como as tomadas no Acre, também teriam o mesmo efeito? Por que será que ninguém ainda pensou nisso, só estão preocupados com o enriquecimento pessoal e o bem mais importante que fique pra segundo plano? Porque em Rondônia ainda existe muita, muita árvore mesmo em pé. Árvores que custam alto, que geram lucro e desenvolvimento para o Estado. Essa é a verdade, enquanto existir espaço para o desmatamento ilegal, a política governamental e outras tantas ONGs e siglas de centros de pesquisas enfiadas nesse lugar, que só estão interessados nos números positivos, com o desenvolvimento da região, o desmatamento que se dane!
A atual estiagem que castiga a agricultura, a pesca, a pecuária e a população urbana de muitas cidades em si, até pode ser levada na conversa infame dos pesquisadores locais, de que tudo se finda em fenômenos de grande escala, ou melhor, traduzindo, no bendito aquecimento global. São tão idiotas pensando que as pessoas levam a sério suas teses e conclusões, em boletins e mais boletins esparramados na imprensa, mas esquecem de somar o atual ritmo de destruição do Estado ao fator cume de agora. A seca excessiva em solo rondoniense, a diminuição drástica do volume de chuvas ano após ano e o aumento assustador das temperaturas, está totalmente ligado aos números do desmatamento, ou melhor, do desenvolvimento que o governo tanto vangloria nesse lugar.