Policial militar aposentado afirma que hotéis de Porto Velho não estão preparados para portadores especiais
A maioria dos hotéis na cidade de Porto Velho e certamente no restante do Estado não estão preparados para atender um público específico: os portadores de deficiência. A constatação foi feita pelo policial militar aposentado Rondon Ferreira Resende, o Ferreirinha, morador da cidade de Ouro Preto do Oeste, que se locomove em uma cadeira de rodas, devido uma lesão na coluna vertebral.
Ferreirinha percorreu 15 hotéis da capital e em todos não havia quartos adaptados para os portadores de deficiência, o que obrigou o mesmo a dormir em um quarto improvisado, segundo suas necessidades.
Segundo Ferreirinha, este problema é facilmente constatado em todos os municípios de Rondônia, onde a lei de acessibilidade não é cumprida o que traz grandes dificuldades para os portadores de deficiência.
Segundo o Manual de Acessibilidade, disponível no site da Embratur (www.embratur.gov.br), os hotéis devem proporcionar condições de alcance e utilização para que as pessoas com deficiência possam utilizar as dependências do prédio com segurança e autonomia.
“Toda esta situação só revela que as nossas autoridades não estão preocupadas em resolver os problemas da coletividade e sim do individual, quero ressaltar que os portadores de deficiência é um cidadão que cumpre com suas obrigações e merece o devido respeito”, asseverou Ferreirinha que espera que pelo menos a prefeitura municipal de Porto Velho faça uma fiscalização na rede hoteleira mesmo que em caráter educativo.
NORMAS
As normas do Manual de Acessibilidade da Embratur são apenas recomendações e funcionam como sugestões aos hotéis para atenderem melhor às necessidades especiais dos hóspedes. Os cuidados começam antes da entrada do prédio. Na recepção, o balcão deve ser baixo e garantir a aproximação da cadeira de rodas. Devem haver banheiros adaptados em todo o prédio: desde a recepção até as áreas de lazer.
Devem existir vagas reservadas no estacionamento e rampas de acesso além de elevador amplo, espaços largos entre os batentes e, de preferência, apoios de parede, caso o cliente precise firmar-se.
Os quartos devem ser preparados para otimizar o dia-a-dia do usuário, com dormitório amplo o suficiente para que a cadeira se movimente com facilidade. O cuidado com os detalhes é importante. Os carpetes precisam ser embutidos, os interruptores mais baixos, os ressaltos no piso amenizados com pequenas rampas e, no caso de portas de correr, os trilhos precisam ser embutidos.A cama deve estar na mesma altura da cadeira, permitindo que se passe de uma para a outra com rapidez e segurança. O banheiro também tem de ser adaptado, com porta larga e box com assentos para banho e, no mínimo, duas barras de segurança nas paredes. O piso deve ser anti-aderente.
Para os deficientes visuais, é preciso ter aviso nas proximidades de degraus e irregularidades no piso, cardápios e demais informativos em braille, sinais sonoros no elevador e botões em braille.