Na cidade de Ouro Preto do Oeste, curativos, seringas, frascos de remédios, até mesmo membros humanos acabam se misturando em meio ao lixo comum e ficam expostos ao contato dos catadores de lixo (
muitas são crianças). Esse é um drama que vem passando o município com relação ao destino do lixo hospitalar produzido naquela região, que está sendo despejado constantemente a céu aberto no lixão localizado na RO 470 (
conhecida como linha 200), distante quatro quilômetros do centro da cidade.
Um dos catadores de lixo o Sr José Carlos Rodrigues, 54 anos, um paranaense que vive em Rondônia há 36 anos, disse que ganha em média R$ 600 por mês, fruto de uma jornada de trabalho no lixão que começa às 5 horas da manhã e não tem hora para terminar durante os 7 dias da semana, afirmou o cataor.
Há 14 anos ele trabalha no lixão de onde tira o sustento de sua família - que é composta de 10 (dez) filhos - disse que diariamente é despejado no local o lixo hospitalar que vem junto com o lixo doméstico.
“Aqui se não fosse nós (
catadores) que botamos fogo tudo fica aí até quando só Deus sabe, eu (
José Carlos) já
cansei de encontrar pedaço de gente e até mesmo um feto humano e tudo isso é dos hospitais de Ouro Preto, aqui nunca veio uma autoridade perguntar como estamos vivendo, somos à parte discriminada”, desabafou o José Carlos Rodrigues.
Pela legislação em vigor os hospitais e clinicas deveria fazer uma coleta seletiva interna dos resíduos para ser enviado ao lixão, mas isso não ocorre com freqüência o que acaba prejudicando as pessoas e o meio ambiente através do solo que agoniza com o depositário do material. Mensalmente são recolhidas toneladas de lixo hospitalar em Ouro Preto do Oeste, oriundas dos hospitais público e particulares, porém estabelecimentos como farmácia e consultórios também descartam elementos prejudiciais ao meio ambiente, mas nem sempre esses produtos são recolhidos como resíduos hospitalares.
O Ministério Público Estadual MPE através do promotor de Justiça Aluildo de Oliveira Leite, disse que toda esta situação poderia ser evitada caso a construção do aterro sanitário tivesse sido concluído. Mas lembrou o promotor de Justiça que foram desviados boa parte dos recursos que foram liberados inclusive este fato motivou uma ação civil pública em desfavor dos responsáveis pelo desvio que deverão devolver todo dinheiro ganho ilicitamente. “O que se percebe é que no município há falhas nos setores responsáveis por fiscalizar o cumprimento da Lei quanto ao tratamento adequado a este tipo de lixo, o problema se agrava quando não temos um aterro sanitário e sim um lixão a céu aberto”, disse o promotor de Justiça Aluldo de Oliveira, que prometeu jogar duro para que tanto a prefeitura através da Vigilância Sanitária Municipal e os hospitais e clinicas possam cumprir a lei e para tanto fardo material fotográfico se encontra nas mãos do promotor de Justiça e em breve severas punições deverão acontecer principalmente contra os hospitais particulares que insistem em misturar lixo hospitalar com o doméstico.
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