Motoristas lotados no Hospital de Base Dr. Ari Pinheiro procuraram nesta semana a diretoria do Simporo (Sindicato que os representam) para reclamar de injustiças que eles vem sofrendo, devido a deficiências administrativas no sistema de saúde do Estado. Os servidores reclamam de viagens emergentes a municípios do interior para o translado de óbitos, nas quais se locomovem da Capital sem receber qualquer tipo suplemento de fundo para custear despesas básicas como comida e água, ou possíveis defeitos no veículo.
“O motorista que sai daqui a Vilhena, por exemplo, se não tiver dinheiro do próprio bolso tem que fazer a viagem só bebendo água. E não tem como exigir da família enlutada, porque geralmente é um pessoal carente.”, disse o chefe de transportes do HB, Luiz Gonzaga, em conformidade com as reclamações feitas por servidores.
Nesta terça-feira (11), o presidente do Simporo, Clay Milton Alves, esteve no gabinete da diretora executiva do HB, Débora Silva Rodrigues, com o objetivo retransmitir as reclamações dos servidores e reivindicar ações que busquem solucionar a situação prejudicial aos trabalhadores. “É necessário um suplemento de fundo para que esses motoristas possam prestar seu trabalho com uma assistência digna, que lhe é de direito. Ou que se crie algum mecanismo para que eles já saiam de Porto Velho com dinheiro pelo menos para comer e se precaver de algum possível incidente na estrada”, argumentou o sindicalista à diretora.
Débora Silva Rodrigues - que assumiu a diretoria executiva da unidade à um mês -, diante do sindicalista, se mostrou empática às reclamações dos servidores e informou que a gerência administrativa do HB está trabalhando na regulamentação dos processos pendentes, e que já foi agendada uma comissão (solicitada pelo diretor geral) para tratar sobre a questão e buscar soluções urgentes no âmbito administrativo. “Estou aqui para ouvir, e tenho consciência de que essa situação não contribui em nada para a motivação dos motoristas no cumprimento do trabalho”, reconheceu Débora.
De acordo com o Relatório de Translado do Hospital de Base, referente a este mês de junho, ocorreu um total de 101 viagens até o último sábado, dia 07. A diária de um motorista é de setenta Reais. “Se o servidor viaja hoje, no máximo em cinco dias o dinheiro já está na conta”, disse Wagner Pereira, diretor administrativo da Secretaria de Saúde do Estado (SESAU), no entanto, “o problema em questão não é quando o dinheiro cai na conta, e sim a condição humana e justa para eles fazerem viagens, e não depender da sorte. Se o carro quebra na estrada, por exemplo, o que esse servidor vai fazer sem dinheiro?”, refuta Clay Milton.