Uma parceria entre as Secretarias de Estado da Justiça (SEJUS) e da Agricultura, Produção e do Desenvolvimento Econômico e Social (SEAPES) vai permitir a 60 presos da Colônia Penal “Ênio Pinheiro”, na capital, aprenderem o ofício de hortelão, ou olericultor. Com uma vantagem: todos os apenados vão ser instruídos sobre como produzir plantas orgânicas - tratadas sem defensivos tóxicos nem adubação química - além de serem estimulados a participar do projeto desde a preparação da terra (etapa já concluída) até a construção das estufas, da confecção dos canteiros ao plantio, colheita e comercialização dos maços de agrião, alface, almeirão e rúcula e das caixas de tomate, pimentão, beterraba, berinjela e outras espécies de hortaliças.
“Querer ressocializar o preso sem lhe dar sequer a chance de dominar um ofício é uma ilusão, por isso articulamos esta iniciativa, que pode ser replicada em outros estabelecimentos prisionais”, afirma Marco Antonio Petisco, secretário titular da SEAPES.
Segundo ele, além de disponibilizar 8 000 quilos de calcário dolomítico, que serão trazidos da jazida de Espigão do Oeste tão logo sejam concluídas as oito estufas, cada uma com 150 metros quadrados (5m x 30m), a SEAPES também colocou à disposição do projeto a engenheira agrônoma Solange Dantas, graduada pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), pós-graduada em Fitopatologia pela Universidade Federal de Lavras (MG) e mestre em Fitotecnia pela Escola Superior de Agronomia de Mossoró (RN).
Os apenados que participam do projeto terão uma oportunidade de encontrar colocação no mercado de trabalho ao fim de suas penas e ainda ganham o benefício da remissão - a cada três dias trabalhados, um é reduzido do tempo a que cada um foi sentenciado.