Na última quinta-feira (10), cinco militares num caminhão do Exército Brasileiro, jogaram fora uma carga de aproximadamente cinco toneladas de feijão estragado num sítio a cerca de 50 quilômetros da capital.
Especificamente, a carga era composta de 160 fardos feijão de 30kg cada, totalizando 4.800 kg de feijão da marca “Premier” tipo 1, com validade vencida no último dia 21 de dezembro de 2007 e foi entregue pelos militares para alimentação de porcos.
No dia seguinte, sexta-feira (11), a Polícia do Exército montou uma operação e foi até o sítio, no ramal “A volta das 3 Marias”, nas proximidades do PA – Projeto de Assentamento Rio Madeira, e trouxeram de volta o feijão.
O proprietário do sítio, senhor José, afirmou que recebeu outra doação de feijão no ano passado e deu para alimentar seus porcos durante todo o inverno. O sitiante disse que graças ao Exército, teria engordado e vendido mais de 70 porcos no final do ano.
COMUNICAÇÃO
A reportagem procurou o departamento de comunicação da 17ª Brigada de Infantaria de Selva, na manhã desta segunda-feira, onde o sargento Moralles, responsável pelo setor, disse não poder dar mais informações sobre o caso.
Informações extra-oficiais dão conta que a carga de feijão foi apreendida pela Polícia do Exército, como peça do processo administrativo instaurado para apurar os fatos.
NOMES
Apesar da negativa do comando local do Exército em dar maiores informações, pelo menos dois nomes foram apurados pela reportagem como suspeitos de terem participação na “operação feijão”. O comandante da 17ª Base Logística, coronel Carlos seria a pessoa que teria autorizado a doar o feijão para os porcos.
Outro oficial, o tenente Robson, responsável pelos exames bromatológicos, também seria responsável por deixar a carga vencer sem destinar para consumo dos soldados.
CARGA
Outra carga também teria sido jogada fora na quarta-feira(9). Desta vez, arroz e farinha, com um peso aproximado de oito toneladas. A operação também teria tido a estrada da penal como palco. Não se descarta a hipótese de os militares terem jogado a comida no Rio Madeira.
Informações extra-oficiais dão conta que o Exército Brasileiro não pode doar alimentos que fazem parte da reserva logística de subsistência da tropa. Os comandantes preferem deixar estragar a comida para não comprometer o orçamento anual de compras, o que faria uma redução nos valores destinados a Base Logística no próprio exercício.
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