“Sacerdócio de mulheres poderá ser possível”, diz D. Antonio Possamai
*O bispo D. Antonio Possamai disse que o tema do acesso de mulheres ao sacerdócio na Igreja Católica vem sendo abordado há algum tempo, ainda durante papado de João Paulo II. “Ele [João Paulo II] tomou uma posição muito dura e, praticamente, cortou o prosseguimento deste assunto servindo-se de uma interpretação do comportamento de Jesus que apenas escolheu homens para o exercício do sacerdócio ministerial. Bento XV é do mesmo parecer”.
*Para Possamai esta visão não é pacífica entre muitos teólogos católicos. Mas, embora acatem respeitosamente a decisão oficial da Igreja, continuam estudando o assunto.
*“Com o tempo e o progresso da teologia, poderá ocorrer alguma mudança?” – Indaga o próprio bispo. Mas, alerta que só o tempo irá dizer. “Na hora certa o Espírito Santo, como sempre tem acontecido, falará à Igreja qual o caminho a seguir”, disse Dom Antonio.
*Possamai diz ainda que: “Serão dados passos mais rápidos na direção de dispensar o celibato obrigatório para o acesso dos homens ao sacerdócio. Aliás, na mesma Igreja Católica de alguns ritos orientais não é exigida a vida celibatária para o padre”, argumentou.
*Nas últimas décadas a Igreja fez diversos pronunciamentos sobre este tema, mas, o mundo ainda continua a pedir a ordenação de mulheres, em virtude disso o falecido Papa João Paulo II optou por emitir uma carta apostólica intitulada de Ordinatio Sacerdotalis, tentando encerrar a discussão onde diz: “Portanto, para que seja excluída qualquer dúvida em assunto da máxima importância, que pertence à própria constituição divina da Igreja, em virtude do meu ministério de confirmar os irmãos (cfr. Lc 22,32), declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja”.
*Já Bento XVI que concedeu em agosto de 2006 uma entrevista aos canais alemães Bayerischer Rundfunk, ZDF, Deutsche Welle e à Rádio Vaticano mostrou que a carta de João Paulo II prevalecerá quando afirmou: “A nossa fé, a constituição do Colégio dos Apóstolos obriga-nos e não nos permite conferir a ordenação sacerdotal às mulheres”, e ainda apontou que: “Não se pode pensar que, na Igreja, a única possibilidade de desempenhar um papel de relevo seja a de ser sacerdote”, e ainda diz crer que as próprias mulheres, com o seu dinamismo e a sua força, com a sua preponderância e com a sua ‘força espiritual’ saberão conquistar o seu espaço.
*As opiniões: Concordo X Não Concordo
*Na opinião da leiga Sílvia Masson, deveria sim existir a ordenação de mulheres. “Para servir e espalhar a palavra de Jesus Cristo, não precisa ser homem, precisa sim, viver conforme ele mesmo nos ensinou com humildade, dignidade e desprendimento”, argumentou Sílvia.
*Existem também aqueles que são contrários a esse tipo de Sacramento às mulheres, como é o caso da repórter Patrícia Góes, que acredita que a ordenação de mulheres não seria bem recebida pelas comunidades da Igreja porque segundo a Bíblia, quando Jesus Cristo “nomeou” Pedro para cuidar de sua igreja, o “empossado” discípulo era homem e não mulher, destacando que o gênero masculino é forte, determinado e ainda pensa racionalmente sobre as leis de Deus.
*“A mulher tem que ter a responsabilidade de cuidar dos trabalhos da comunidade que envolve mais carinho e sensibilidade. Se for ordenada pode dar certo, mas não é a melhor saída. Se não há padres o suficiente é porque não existe muito incentivo. Tanto na estrutura física quanto educacional e na formação oferecida pelos seminários que acolhem esses jovens”, diz Patrícia.
*Segundo Irmã Adriana Regina da Silva, da Congregação Missionária das Servas do Espírito Santo, que atualmente está em Ponta Grossa (PR) e que já esteve em Missão no estado, ainda não tem uma opinião formada sobre o assunto, mas adianta que: “Não acho necessário, seria mais proveitoso o Vaticano reaproveitar o ministério dos ex-sacerdotes, ou seja, dando aos ‘ex-padres’ o direito de exercer seu ministério como padres, atuando em paróquias [como os pastores]”.
*“A Vida Religiosa tem seu papel e sua missão, não tenho essa pretensão. Mas caso fosse aprovado o sacerdócio para mulheres, que não necessariamente precisariam ser religiosas; acredito que seria de grande ajuda para Igreja nas localidades mais distantes, onde não é possível a presença de padres. A missão é desafiadora e existe pouca mão-de-obra devido a falta de operários para a grande messe”, finalizou.