Festival de roubalheira - por Valdemir Caldas

Da Redação

10 de Janeiro de 2008 às 01:07

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Festival de roubalheira - por Valdemir Caldas

Foto: Divulgação

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O jornal eletrônico O Observador trouxe à luz, com destaque, a construção de dois viadutos na cidade de Pimenta Bueno. Não se discute a importância da obra para melhorar o fluxo de veículos e, conseqüentemente, reduzir o elevado número de acidentes no local, mas, sim, o valor do empreendimento, ou seja, mais de cinco milhões de reais. O blog do jornalista Paulo Andreoli, publicou o que chamou de picaretagem, praticada na administração do petista Roberto Sobrinho. Trata-se de um convênio firmado entre uma insossa Fundação Iaripuna e a União Estadual dos Estudantes (UEU), no valor superior a vinte e três mil reais, para a realização de um show que não teria acontecido. Até agora, nem Sobrinho, nem o presidente da tal fundação, nem o presidente da União dos Estudantes, ninguém, absolutamente, ninguém, veio a público para, pelo menos, tentar justificar o imbróglio. No caso do escândalo dos viadutos, o prefeito da cidade, Augusto Placa, limitou-se a dizer que a obra servirá para embelezar a cidade. Certo, portanto, o internauta que, ao comentar a matéria, apontou o conúbio deletério que há entre empresas de construção civil e políticos, tendo sempre como fito básico o derrame acintoso de recursos públicos. São fatos dessa natureza, no entanto, que estarrecem e denunciam o avançado grau de putrefação a que chegou a administração pública. E mais: quão espúrias são as fontes de poder neste país e como a população tem sido sistematicamente vilipendiada por dirigentes públicos e políticos irresponsáveis, que insistem em inverter as prioridades sociais, desde que isso, evidentemente, represente um reforço a mais na suas já polpudas contas bancárias. Não é de hoje, porém, que se tem notícia de contratos, convênios e tantos outros esquemas fraudulentos, para a realização de patuscadas que não saem do papel, mas o dinheiro público acaba sempre nos afiados bicos das aves de rapina. Os exemplos falam por si mesmos, ao mostrar, em números, a facilidade com que o suado dinheiro do contribuinte escorre pelo cada vez mais espaçoso duto da corrupção. Quantos milhões de reais já foram incinerados na construção dos monstrengos de Pimenta Bueno, ainda é uma incógnita, mas, se o TCU fosse chamado a opinar (uma vez que se trata de recursos da União), acredita-se, haveria uma redução significativa de milhões de reais no valor contratado. Com esse dinheiro, o prefeito que quer embelezar a cidade, poderia melhorar a qualidade dos serviços prestação à população nas áreas da saúde e educação, por exemplo, pagar salários condizentes aos servidores e ainda investir em saneamento básico, dentre outras prioridades. Comprovadamente, a corrupção é a chave de todos os problemas que afligem o nosso país. Se fosse uma empresa privada, o Brasil já teria fechado suas portas.

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