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Prefeitura paga em dezembro convênio de evento estudantil que não aconteceu
Prefeitura paga em dezembro convênio de evento estudantil que não aconteceu
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Foto: Divulgação
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O ofício da Procuradoria Geral (Divisão de Convênios e Contratos) publicado no Diário Oficial do Município (nº 3.174), de 20 de dezembro, com o nº do processo 02.21.0063/2007, dá conta da celebração de pagamento de um convênio pago pela Funcultural (ex-Fundação Iaripuna) à União Estadual dos Estudantes (UEE/RO) em decorrência de um evento denominado “Congresso Musical e Cultural Aviva 2007”, que, segundo o ofício teria sido realizado em dezembro, pois a Nota de Empenho Ordinário nº 0131, data de 1º de dezembro. O valor do repasse é de R$ 23.490, 00 (vinte e três mil e quatrocentos e noventa reais).
De acordo com o documento o evento ocorreu no Clube Botafogo, capital, com entrada franca, e apresentou shows musicais. Porém, averiguando os detalhes do citado evento, para surpresa da reportagem existe uma série de equívocos na realização e, pior, no repasse do convênio para a UEE/RO, dita como realizadora.
Em contato com o empresário José Camacho, conhecido como “Camachinho”, proprietário do Clube Botafogo, ele disse à reportagem que não houve nenhum evento dessa natureza no local em dezembro ou mês algum.
Na Funcultural, o presidente da entidade, Júlio Yriarte, ao ser questionado sobre o repasse de quase 24 mil reais para um evento que não havia ocorrido no Botafogo, segundo o proprietário do clube, explicou que na verdade a data foi outra, que o Congresso Musical aconteceu em agosto, em três dias, mas devido ao atraso de documentos o processo só pode ser efetuado em dezembro, o que, automaticamente celebra como elemento de despesa para uma atividade que ainda vai ocorrer, mas que supostamente aconteceu há cinco meses.
Mesmo com a insistência da posição da negação de Camachinho, Júlio disse que tem fotos do evento para comprovar que houve a realização do mesmo.
Porém existe registro de um evento de mesmo porte na Cetene e não no clube Botafogo.
A reportagem do rondoniaovivo.com bateu nas portas da sede da UEE/RO para conferir a veracidade do evento, porém lembrando que no documento publicado no Diário Oficial do Município, consta que o repasse ocorreu em dezembro. Alguns membros da entidade estudantil ficaram surpresos com o fato e de início não souberam se posicionar sobre a realização do evento, mas lembraram que houve o congresso musical no mês de agosto, mas pediram para entrar em contato com Dabson Bueno, presidente da UEE/RO, ou ainda Rocélio Rodrigues, responsável pela realização do mesmo, para prestar melhores esclarecimentos. Um dos membros da entidade lembrou que recentemente foi pedida a documentação da entidade para efetivar o processo para celebrar o repasse.
Em contato telefônico, Rocélio Rodrigues, pediu para reportagem encontrá-lo no gabinete de Júlio Yryarte, na Funcultural, onde prestaria mais esclarecimentos.
A ENTIDADE E A IGREJA
Rocélio Rodrigues, membro da igreja pentecostal Wesleyana, confirmou à reportagem que o evento ocorreu de fato nos dias 16, 17 e 18 de agosto no Clube Botafogo e que tinha fotos que provavam, mas apresentou uma explicação muito simplória pelo fato de que somente no mês de dezembro a prefeitura empenhou pagamento através de convênio para um evento que aconteceu há quase cinco meses. “Atraso de documentação emperrou o processo”, justificou.
Questionado sobre que documentação era essa, Rocélio não entrou em detalhes, mas insistiu em dizer a reportagem que o evento era uma celebração gospel – com cantos de louvores e pregação -, com entrada franca, sem fins lucrativos. Ressaltou também que teve que tirar dinheiro do próprio bolso para quitar dívidas relacionadas ao evento.
Foi perguntado então se a UEE/RO era parceira no evento, o que ele confirmou, inclusive ressaltando que essa parceria foi celebrada para divulgação no meio estudantil da proposta de evangelização que o evento acarreta.
Porém, questionado sobre a divulgação através de folders, cartazes e outdoors, se havia a logomarca da UEE/RO, Rocélio disse que não, pois a parceria entre o evento e a entidade estudantil não tinha esse compromisso. Foi então pedido a Rocélio uma cópia do folder ou do cartaz de divulgação, ele disse não possuir mais. Lembrou que a parceria foi celebrada em alguns outdoors. Foi quando Júlio Yriarte perguntou a Rocélio se ele tirou fotos dos outdoors para comprovar, ele disse que não, pois foram poucos. A reportagem então pediu o nome da empresa responsável pela confecção do outdoor, Rocélio se enrolou e disse que era de um amigo, não esclarecendo mais nada sobre isso.
Vale ressaltar o que foi enfatizado pelo presidente da Funcultural, Júlio Yriarte, o convênio celebrado diz respeito ao pagamento apenas de montagem de palco, iluminação e som, não mais que isso, custo de divulgação, segurança e aluguel de local ficou por conta do organizador. Mas membros da UEE/RO esclareceram que a documentação da entidade foi pedida no mês de dezembro pelo seu presidente, Dabson Bueno, para o processo, e como foi celebrado um convênio com a prefeitura anteriormente, na ocasião de evento, em agosto, que empresa seria responsável então? Quem forneceu CNPJ? Rocélio, sem ter muito o que falar, deixou Júlio Yriarte responder, que completou dizendo que foi a igreja.
O problema está na prestação de contas a ser feita para justificar a Nota de Empenho Ordinário nº 0131 da Prefeitura Municipal de Porto Velho que repassa à União Estadual dos Estudantes de Rondônia (UEE/RO) a soma de R$ 23.490,00, sendo que o suposto evento ocorreu em agosto em condições duvidosas.
A reportagem tentou entrar em contato com o presidente da UEE/RO, Dabson Bueno, para prestar mais esclarecimentos, mas o mesmo não foi encontrado na sede da entidade, no local foi passado o número de seu telefone celular, 9953-6567, mas apenas chama e ninguém atende.
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