*Com a distribuição, em dezembro, de 500 000 mudas selecionadas de café do tipo Conillon para produtores de 11 municípios, o Programa de Tecnificação e Desenvolvimento da Cultura do Café criou condições para uma forte retomada, em Rondônia, do cultivo da rubiácea mais consumida em todo o mundo.
*O programa é administrado pela Secretaria de Estado da Agricultura, Produção e Desenvolvimento Econômico e Social (Seapes) e busca reverter, em conjunto com outras iniciativas, a redução na área plantada e a conseqüente diminuição nas safras, observadas nos últimos anos.
*Ainda assim, segundo Maria Emília da Silva, responsável técnica pela coleta e compilação de dados da secretaria, Rondônia deve ficar, em 2006, com o primeiro lugar entre os Estados produtores da região Norte, com uma estimativa de safra de 90.927 toneladas, equivalentes a 150.000 sacas de 60 kg. Em 2002, a safra chegou a 136.864 toneladas, ou 226.000 sacas.
*“O café tem hoje uma excelente posição no mercado mundial de commodities e a tendência é de alta nos próximos anos, em função da explosão de consumo na Ásia, puxada pela China e pela Índia, e da queda de produção nos cafezais do Vietnã, o maior produtor mundial da espécie Robusta, à qual pertence a variedade Conillon, preferida em nossa região”, explica o técnico em agropecuária Milton Messias, que está à frente do programa na Seapes.
*Além dele, profissionais especializados do campo experimental da Embrapa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa/RO) em Ouro Preto também estão trabalhando em conjunto para oferecer aos lavradores um produto de excelente qualidade: as mudas clonais precoces, que possuem melhor produtividade e estão adaptadas às condições de solo e clima da região.
*“A implantação de Unidades de Observação e Demonstração ao longo de 2006 forneceu para nossas equipes um manancial de informações atualizadas e consistentes para sustentar os programas de assistência técnica a cargo dos escritórios locais da Emater em cada município”, explica o secretário de Estado da Agricultura, Marco Antonio Petisco.
*Com a conjugação de esforços por parte de associações de produtores e órgãos públicos, a expectativa é de que os novos cafezais, que devem começar a produzir a partir de 2009, alavanquem safras em volume suficiente para atender à crescente demanda, tanto nacional quanto do exterior, inclusive no “mercado justo”, que melhor remunera o café de qualidade, já produzido em municípios como Theobroma e Monte Negro.