*A fronteira entre Brasil e Bolívia no Cone Sul de Rondônia é uma das mais desguarnecidas do país e, de acordo com informações de policiais que atuam na região, tem sido usada como ponto de entrada não apenas de entorpecentes no país, mas também de armas e munições.
*Em toda a faixa de fronteira no sul de Rondônia não há a presença efetiva da Polícia Federal ou do Exército, que têm competência direta nas divisas internacionais. Apenas a Polícia Militar do Estado está presente na região, mas sem efetivo ou equipamentos que possam garantir o mínimo de atuação que seria necessária.
*A fronteira com a Bolívia, e isso não é novidade para ninguém, é um dos principais pontos de entrega de entorpecentes no Brasil. No caso de Rondônia as regiões de Costa Marques e Guajará-Mirim têm vigilância do Exército e isso garante maior segurança para a população que mora na região e acaba por inibir a ação de grupos criminosos. Já no Cone Sul o posto da Polícia Federal em Pimenteiras do Oeste está fechado há pelo menos quatro anos, desde a morte de um agente no município. Em Cabixi nunca houve a presença da PF ou do Exército.
*Os furtos de motocicletas e carros no sul de Rondônia estão diretamente ligados à facilidade para se levar os veículos para a Bolívia, onde são trocados por cocaína e armas. Fontes da Polícia Militar na região dão conta de que armas como fuzis, pistolas e sub-metralhadoras Uzi são trocadas ou compradas na fronteira, em contatos, principalmente, com grupos da cidade de Remanso. *A passagem das motos é feita em voadeiras, o que, pela facilidade, faz com que haja mais furtos desses veículos. *Carros precisam ser transportados em balsas. Já as armas e entorpecentes têm como destino principalmente as regiões Sul e Sudeste.
*Aparente calma – Durante este ano a Polícia Militar, que no destacamento de Pimenteiras do Oeste tem 11 soldados, não fez nenhuma prisão ou apreensão na fronteira. Os flagrantes de tráfico ou de roubos aconteceram principalmente na cidade de Cerejeiras. Além disso, nos últimos meses nenhuma ocorrência envolvendo esses casos foi registrado nos municípios mais próximos da fronteira.
*De acordo com os próprios policiais que atuam na região, isso não significa que não esteja havendo atividades de traficantes. “Nós simplesmente não sabemos como estão agindo, pois seus métodos se modificam constantemente. Esta atribuição é dos órgãos federais, que não estão atuando de forma efetiva”, disse um oficial que atua na região