Mesmo tendo reivindicações atendidas, alunos radicalizam e mantêm ocupação no prédio da Unir/Centro
Alunos da Unir – Universidade Federal de Rondônia –, liderados por estudantes do curso de Medicina, mantiveram a ocupação do prédio da Unir/Centro mesmo depois de terem a reivindicação do movimento atendida pelo reitor Ene Glória da Silveira.
*Glória decretou sobrestamento da Resolução 040/Consad, que prevê um código disciplinar para discentes, até que o mérito da questão seja decidido pelos conselhos superiores da universidade, o que deverá ocorrer apenas no ano que vem. Com o ato do reitor, os efeitos da resolução estão suspensos por tempo indeterminado.
*“Trata-se de intransigência por parte dos alunos. O movimento reivindicava a anulação pura e simples da resolução, coisa que não tenho poder para fazer de acordo com o estatuto da Unir. A única maneira de contornar o problema é pelo sobrestamento até que os conselhos superiores decidam a questão. A anulação compete ao Conselho Superior Universitário (Consun), e não à reitoria. Com o sobrestamento, a resolução, na prática, deixa de existir, inclusive liberando o aluno que foi enquadrado pela resolução do processo administrativo do qual era alvo”, disse o reitor.
*Na sexta-feira (06), Glória anunciou aos alunos que ocupam os corredores da Unir/Centro a intenção de decretar o sobrestamento da resolução a fim de encerrar a ocupação. No mesmo dia, os alunos deram mostras de que não aceitariam a proposta. Eles foram recebidos pela procuradora federal da Unir, Maria de Fátima Pantoja, que explicou os passos que poderiam levar à extinção da resolução. “Só o Consun pode fazer isso. Não se trata de uma competência do reitor”, explicou Pantoja. “Na melhor das hipóteses, obedecendo ao estatuto da Unir, com o sobrestamento essa questão só voltará à tona no ano que vem”.
*“Eles não queriam o fim da resolução 040? Pois eu fiz tudo o que estava ao meu alcance. Se eles decidirem manter a ocupação, eles que se expliquem à sociedade, pois a administração da Unir não se furtou ao debate, ao diálogo e à troca de idéias. A administração foi flexível e cedeu em suas reivindicações. A ocupação das instalações da Unir agora deixa de caracterizar um movimento reivindicatório e passa a ser um movimento que atende, sabe Deus, a que interesses”, concluiu o reitor.