*O Programa Povo Cinta Larga, anunciado pela Fundação Nacional do Índio (Funai) no dia 3 de junho, já começa a sair do papel. Dos R$ 3,5 milhões de investimentos previstos para melhorar a qualidade de vida dos 1.400 indígenas da etnia Cinta Larga, que vivem em Rondônia e no noroeste do Mato Grosso, R$ 500 mil já foram aplicados, segundo o coordenador do Grupo Tarefa Cinta Larga da Funai, Orlando Castro Silveira.
*O objetivo do Programa Cinta Larga é oferecer aos indígenas uma alternativa de subsistência e de renda que os afaste do garimpo ilegal. Em abril do ano passado, 29 garimpeiros não-indígenas foram assassinados na terra Roosevelt. A reserva faz parte do território Cinta Larga, um complexo de 2,7 milhões de hectares de terras homologadas, que inclui também as terras indígenas Serra Morena e Aripuanã e o Parque Indígena Aripuanã.
*Orlando informou que os R$ 500 mil foram gastos na manutenção das sete barreiras de fiscalização do complexo e em incentivo à psicultura e ao roçado comunitário. Segundo ele, 25 famílias, que vivem em três aldeias vizinhas, receberam 50 mil alevinos (matrinchã, tambaqui e tilápia). "Recuperamos os sete tanques de criação já existentes e vamos construir outros três", informou. Já os investimentos para o roçado comunitário adquiriram facões, foices e correntes de motosserra. "Com o envolvimento dos índios com o garimpo, eles esqueceram das suas atividades básicas, milenares, da plantação de mandioca, que precisam resgatar", disse Orlando.
*O Programa Cinta Larga prevê ainda o incentivo à revitalização da cultura, a oferta de cursos de capacitação em elaboração de projetos e a formação de agentes ambientais indígenas.