*Um terreno localizado na rua José Amador dos Reis, bairro Tiradentes, foi cenário de confusão e revolta nessa segunda-feira (03). Um grupo de moradores que invadiu o terreno e já havia contruído barracos de madeira há pelo menos 30 dias, não se conformava com a ordem judicial de despejo do local, com o acompanhamento da Polícia Militar, do oficial de justiça Jackson Brasil de Souza e do advogado da proprietária do terreno, Max Rolim.
*Muitos invasores do terreno e que mantinham seus barracos tiveram que colocar mãos à obra e desarmar tudo. Famílias inteiras vão ficar com móveis e madeiras na rua. Muitas mulheres entraram em desespero ao ver que a situação era irreversível, mesmo após alguns invasores terem dito que o documento que os despejava não tinha valor legal por causa data.
*Uma moça, Selma Cunha da Silva, 27 anos, quebrou a perna ao cair do telhado do seu barraco, no momento do desmonte, atendida imediatamente pela SAMU, ela foi levada para o Hospital João Paulo II. O acidente acabou incitando ainda mais a ira da comunidade, que se sentia prejudicada pela liminar do juiz que ordenava o despejo e a reintegração do terreno.
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CUMPRINDO ORDENS
*O Oficial de Justiça explicou que a data não torna o documento ilegal, pois os invasores são reincidentes, da primeira vez, no dia 26 de maio, o Oficial, que redigiu o documento, acompanhou a reintegração do terreno. Na época os barracos eram de lona, hoje, os barracos são de madeira e a demanda de tempo para a limpeza do terreno deve demorar durante todo o dia.
*Apesar do início turbulento, onde os “moradores” estavam revoltados com a situação, muitos se queixaram que o local antes era um terreno baldio com o mato tomando conta e ponto de referência para crimes.
Alguns denunciaram que naquele local a noite, assaltos, estupros e mesmo tráfico de drogas ocorrem sem qualquer tipo de repressão policial. Muitos dos invasores se disseram vítimas de assaltos e da violência recorrente do lugar.
*Sem ter onde ir as família ocupam as ruas adjacentes, próximas ao terreno. Mas muitos invasores já avisaram que vão voltar a reconstruir seus barracos em 72 horas. No momento em que a reportagem registrava o desmanche dos barracos uma comissão estava sendo montada pelos invasores e já haviam acionado um advogado para acompanhar todo o processo de reintegração.