* “Estamos diante de duas obras avaliadas em 20 bilhões de reais, provavelmente as obras públicas mais caras da história de Rondônia. Só isto, justificaria esta seqüência de debates, audiências e seminários que se sucedem, com o envolvimento de nossa sociedade e aberta a população em geral”. Com estas palavras o prefeito Roberto Sobrinho abriu nesta terça-feira (30), o seminário em defesa da sustentabilidade das hidrelétricas do rio Madeira, visando contribuir na implantação de políticas públicas que favoreçam o bem-estar do homem, do meio ambiente e do ecossistema amazônico.
*O prefeito esclarece que “o conjunto de informações que possuímos sobre as obras, já nos permite traçar uma linha de planejamento (embora incompleta) sobre as conseqüências presentes e futuras do empreendimento. Por isto mesmo, já solicitamos ao Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), um estudo objetivando indicar o impacto econômico das obras e o tipo de atividades empresariais decorrentes, para que possamos tirar o máximo proveito deste mega-investimento. Podemos citar alguns exemplos nas áreas da alimentação e dos transportes coletivos”.
Roberto Sobrinho disse que é preciso oferecer financiamento para o setor de produção de alimentos construir granjas para criar frangos, tanques de criação de peixes, incrementar a produção de verduras e frutas na região. O prefeito disse ainda que é preciso ter em mente que para alimentar 13 mil operários são necessários o abate de 30 bois por dia. “O setor de transporte coletivo nos procurou e informou que para transportar os trabalhadores de Porto Velho até as usinas serão necessários 120 ônibus, além da contratação de motoristas, cobradores e todo um sistema de logística e manutenção dos veículos. Estes são apenas dois exemplos. Nossa preparação tem que ir muito mais adiante e por esta razão já iniciamos os contatos com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para financiamento e construção de obras de infra-estrutura na capital”.
*O prefeito quer agir rápido na qualificação da mão-de-obra, através de cursos profissionalizantes oferecidos pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Semdes). A meta da prefeitura é constituir um fórum permanente para acompanhar todas as etapas das obras para debater com a sociedade as ações a serem implementadas. “Lembro a todos que tem engenheiros que garantem que o impacto das usinas será zero. Outros afirmam que haverá grandes prejuízos ao meio ambiente. O fórum que estamos sugerindo serviria para trazer especialistas não alinhados a nenhuma das duas correntes já descritas, que certamente esclareceriam melhor as questões técnicas para que possamos superar as divergências”, concluiu o prefeito.
*O deputado federal Eduardo Valverde, também presente a solenidade, afirmou que o prefeito está absolutamente certo quando pensa na preparação do município para que se possa tirar o melhor proveito das obras. “Nós não queremos repetir o que ocorreu com a Hidrelétrica de Samuel, que após o término das obras ocorreu uma onda de desemprego e de falência de pequenas empresas”, alerta Valverde. Estiveram prestigiando o seminário a diretora da Faculdade São Lucas, Maria Elisa, o representante da Oldebrecht, José Bonifácio, a representante de Furnas, Norma Vilela, Antenor Karitiana do Centro de Cultura Indígena, Itamar Ferreira da CUT, Manoel Agnaldo presidente da Ceron, Itamar Ferreira da CUT e secretários municipais.