Acre - Diogo Mainardi diz que estado não vale um cavalo e vai ser processado

*As declarações do articulista da revista Veja e comentarista do programa Manhattan Connection, apresentado pela GNT, Diogo Mainardi, de que "o Acre não vale um cavalo" provocou reação de vários segmentos da sociedade acreana. *Além de sofrer um processo por danos morais de autoria de um grupo de advogados ligado à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do repúdio dos representantes políticos no Acre em Brasília, Diogo ofendeu a honra e a dignidade da população acreana, a exemplo do fez com o povo baiano e mato-grossense há algum tempo atrás. *Mainardi disse durante o programa, que vai ao ar pelo Canal 41 (Net/Sky) às 14h e às 20h30, horário do Acre, que a Bolívia teria feito um péssimo negócio ao trocar o Acre por dois cavalos com o Brasil. "O Acre não vale um cavalo", declarou. *Na Assembléia Legislativa (Aleac), a declaração também repercutiu negativamente. O deputado Thaumaturgo Lima (PT) disse que Diogo não gosta do Acre, não gosta da Amazônia e não gosta do Brasil. "Nós aceitamos críticas construtivas sim, mas esse cidadão quer baixar a auto-estima do povo acreano com declarações claras de quem não conhece a nossa história. Mas a opinião dele não tem nenhum valor para nós", disse. *A deputada Naluh Gouveia também repudiou a atitude de Diogo Mainardi e afirmou que ele vive de polêmicas e está a procura de ibope. "Esse homem não tem jeito. Ele vive disso. Da mesma forma como ele está nos agredindo, ele agrediu o povo de Goiás, da Bahia, do Mato Grosso. Só não quero incentivar um processo contra ele porque eu acho que a imprensa deve ser livre, mas isso também não quer dizer que tenha que ser preconceituosa e irresponsável", comentou. *O deputado Moisés Diniz (PC do B) reagiu com indignação às críticas do articulista. Ele disse que vai enviar presentes a Mainardi. Um deles seria o contra-cheque de um professor acreano, que tem atualmente a maior renda de docentes do país, apesar do Estado não ser rico em petróleo, gás e minérios. "Também vou aproveitar e enviar um convite para que ele fique bem informado sobre quem somos e do valor que tem o nosso Estado, além de vários artesanatos indígenas", afirmou. *Perpétua Almeida quer processar Mainardi *O gabinete da deputada Perpétua Almeida (PCdoB) está preparando uma mobilização popular para colher assinaturas de todos os acreanos que se sentiram ofendidos pelo jornalista Diogo Mainardi. Ele disse que o Acre é um estorvo para o Brasil e que deveria ser devolvido à Bolívia. Segundo o jornalista, a troca do Acre por dois cavalos seria muito, uma vez que o Estado não valeria um. *Os ataques ao Acre foram denunciados na tarde de segunda-feira na Câmara dos Deputados pela parlamentar Perpétua Almeida. Ela classificou de "ato vergonhoso" e "indecente" para a imprensa brasileira a postura do jornalista Mainardi. Para a deputada, o jornalista que se vangloria de ser um dos mais lidos no país, demonstrou na crítica que fez ao Acre total ignorância sobre os comentários que fazia. *"Diogo Mainardi demonstrou total desconhecimento da história brasileira e, em especial, a do Acre, desde os tempos de Galvez e Plácido de Castro. Desconhece inclusive o esforço de resistência de um estado que se preocupa com a Amazônia brasileira. Repito: demonstra desconhecer a história do Acre, a história do Brasil, fazendo inclusive comentários discriminatórios", destacou a deputada na Câmara. *Segundo Perpétua Almeida o jornalista Diogo Mainardi é um desinformado. *"Ele e sua turma, naquele programa, agiram de forma preconceituosa com o Norte, com a Amazônia brasileira, enfim, com o Brasil. Desconhecem o papel do Acre no auge da história da borracha, quando contribuiu com o país. Desconhece o esforço atual do Estado para sobreviver à avalanche de más administrações, inclusive para manter trancafiados alguns bandidos, entre eles um que teve o mandato cassado pelo Congresso Nacional, coisa que outros estados não conseguem fazer porque estão sendo achincalhados pelos bandidos. Desconhecer a história do Brasil, a história do Acre é demonstrar ser um jornalista desinformado", ressaltou a parlamentar. *Em parceria com o advogado Odilardo Marques, Perpétua está convocando todos os acreanos que se sentiram ofendidos pelo jornalista e pelo programa da GNT a buscarem uma reparação por danos morais na Justiça. *Escritório de advocacia vai disponibilizar petição na qual cada um dos cidadãos do Acre poderá entrar com ação *As ações iniciais serão impetradas ainda esta semana por dois advogados militantes de Rio Branco, Gumercindo Rodrigues e Odilardo Marques, que deverão disponibilizar a petição na Internet para que cada cidadão interessado em processar o colunista possa apenas preencher seus dados e apresentar à denúncia. "Em ações desta natureza, não é preciso de advogado. Nós vamos entrar com ações individuais e incentivar os cidadãos acreanos ou aqui residentes a fazerem o mesmo", confirmou Gumercindo. *De acordo com os advogados, a declaração de Mainardi causou "grave lesão à honra" dos acreanos ou de outros cidadãos que vivem no Estado. "Ele foi preconceituoso e muito infeliz", classificou Rodrigues. Junto com a petição inicial, deverá ser fornecido o trecho da declaração em que Mainardi faz às ofensas ao Acre e aos acreanos. A declaração foi feita no programa "Manhattan Connection", que foi ao ar no último domingo e foi reprisado na quarta-feira pela emissora em canal fechado GNT de Televisão. Em tom de deboche, quando os jornalistas debatiam a infeliz e inverídica declaração de Evo Morales, feita em Viena, na Áustria, dando conta de que o Acre havia sido conquistado da Bolívia a troco de um cavalo, Mainardi disse que os bolivianos saíram perdendo. Segundo o jornalista, o Acre não valeria sequer um cavalo. *O deboche do colunista pode custar caro porque os acreanos passaram da indignação à prática. Em parceria com os advogados Odilardo Marques e Gomercindo Rodrigues, o gabinete da deputada federal Perpétua Almeida (PCdoB) está preparando uma grande mobilização popular para colher assinaturas de todos os acreanos que se sentiram ofendidos pelo jornalista a fim de processá-lo.

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